A suspeita é de que grupo tenha agido para fraudar cartões de vacinação de Bolsonaro, familiares e ajudantes; celulares de Bolsonaro e Michelle foram apreendidos
(Foto/Dida Sampaio/Estadão)
Nesta quarta-feira (3), a Polícia Federal está realizando buscas em um endereço em Brasília, que pertence ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Além disso, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, foi preso pelos policiais.
Embora Jair Bolsonaro não tenha sido alvo de um mandado de prisão, ele deverá prestar depoimento ainda hoje na Polícia Federal em Brasília. Essa operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, no âmbito do inquérito das "milícias digitais" que já está em andamento no Supremo Tribunal Federal.
Até as 7h20, os policiais continuavam no condomínio onde o ex-presidente reside desde que retornou ao Brasil, em março. A Polícia Federal está investigando um grupo suspeito de inserir informações falsas sobre a vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.
A corporação investiga um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.
De acordo com a Polícia Federal, "Com isso, essas pessoas foram capazes de emitir certificados de vacinação correspondentes e usá-los para contornar as restrições sanitárias impostas pelas autoridades públicas (Brasil e Estados Unidos) para evitar a propagação de doenças contagiosas, neste caso, a pandemia de Covid".
Conforme apurado pela TV Globo e GloboNews, foram falsificados certificados de vacinação de:
Essa suposta falsificação teria o objetivo de garantir a entrada de Bolsonaro, familiares e auxiliares próximos nos Estados Unidos, burlando a regra de vacinação obrigatória. A PF ainda investiga a situação de outros membros da comitiva, como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Até as 7h, todas as prisões já tinham sido cumpridas. A TV Globo apurou os nomes de quatro dos seis presos:
Os agentes cumprem 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro.
Segundo a PF, as condutas investigadas podem configurar, em tese, crimes como:
A inclusão dos dados falsos aconteceu entre novembro de 2021 e dezembro do ano passado. As pessoas beneficiadas conseguiram emitir certificados de vacinação e usar para burlar restrições sanitárias impostas pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos, segundo os investigadores.
A Polícia Federal afirma que o objetivo do grupo seria "manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas" e "sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19".
*Matéria em atualização | Com informações do G1