Major Rodrigo Bezerra de Azevedo foi preso na semana passada acusado de integrar uma organização criminosa que teria atuado para impedir a posse de Lula
De acordo com investigações da Polícia Federal, grupo de militares planejava matar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes em 2022 (Foto/Marcelo Camargo/Agência Brasil)
A Polícia Federal marcou para quinta-feira (28) o depoimento do major Rodrigo Bezerra de Azevedo, acusado de integrar uma organização criminosa que teria atuado para tentar viabilizar o plano de matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O militar fazia parte dos 'kids pretos', como são conhecidos os integrantes do Comando de Operações Especiais do Exército. Eles são altamente treinados com técnicas de ações de sabotagem e incentivo à insurgência popular.
Embora tenha sido preso na última terça-feira (19), Azevedo não consta na lista de indiciados pela PF que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu ex-ministro e candidato a vice em 2022, o general Braga Netto, e o seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid. Ao todo, a Polícia Federal indiciou 37 pessoas pelos crimes de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado e organização criminosa.
Segundo investigadores, Rodrigo de Azevedo não foi indiciado porque ainda não foi ouvido. Após o depoimento, o militar pode ser incluído na lista.
Nas mensagens reveladas pela PF, Rodrigo lamentou que o golpe não tinha se concretizado. No dia em que Bolsonaro deixou o país, no dia 30 de dezembro de 2022, o major publicou no grupo a mensagem: “Rapaziada esse grupo aqui pra mim perdeu a finalidade...”
A Polícia Federal diz que há indícios de que o militar "associou-se à ação clandestina que tinha a finalidade de prender/executar o ministro Alexandre de Moraes, empregando técnicas de anonimização para se furtarem à responsabilidade criminal, visando consumar o golpe de Estado".
Operação Contragolpe revelou plano para matar Lula, Alckmin e Moraes
A “Operação Contragolpe”, deflagrada pela Polícia Federal na terça-feira (19), prendeu quatro militares, sendo um general da reserva, e um policial federal que teriam planejado um atentado contra o Estado democrático.
O plano era matar os já eleitos presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin em dezembro de 2022 para impedir a posse do novo governo. O terceiro alvo dos criminosos era o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Confira a seguir quem são os presos pela PF:
No inquérito, policiais federais apontam o general Mário Fernandes como um dos mentores do plano denominado Punhal Verde e Amarelo, que incluía o uso de armamentos pesado, como metralhadoras, fuzis e lançador de granadas. Também estava previsto um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise”, integrado pelos próprios investigados, para gerenciar os conflitos institucionais que surgiriam após a execução do plano.
Fonte: O Tempo