Enfermeiros na Câmara Municipal de Uberaba (Foto/Rodrigo Garcia/CMU)
Proposta apresentada pelo governo municipal desagradou a profissionais da enfermagem e categoria planeja mobilizações para reivindicar que o valor do piso seja aplicado independente da carga horária. A informação é de um dos integrantes da comissão responsável pela negociação do piso, Rafael Faria.
Em entrevista ontem à Rádio JM, o profissional ressaltou que a principal contestação é que a proposta considera os valores previstos na lei federal do piso da enfermagem apenas para a jornada de 40 horas semanais. Para os demais, foi feito um cálculo proporcional conforme a carga horária. “Estamos insatisfeitos porque não contemplou toda a categoria. O que a gente vinha buscando era contemplar com o valor do piso todos os profissionais, inclusive auxiliares, enfermeiros e técnicos”, disse.
A lei federal do piso da enfermagem não especifica carga horária para os valores a serem pagos. O texto apenas estabelece que o valor mínimo para enfermeiros é R$4.750. Para os técnicos, o menor salário previsto é de R$3.325.
No projeto elaborado pela Prefeitura, foi definido vencimento básico de R$2.493,75 para técnicos de enfermagem com jornada de 30 horas. Somente para os técnicos com carga horária de 40 horas o salário base é o mesmo da legislação federal. “Queríamos a aplicação do piso em cima da carga horária de 30 horas porque a maioria dos profissionais do município tem essa jornada”, argumentou.
O representante dos enfermeiros ainda manifestou que a categoria não foi chamada para participar da construção da proposta desenvolvida pelo governo municipal. Por isso, foi surpreendida pelo anúncio sobre o projeto enviado para análise da Câmara.
Segundo Faria, tratativas serão feitas com os vereadores a partir de agora para que sejam apresentadas emendas ao projeto e assegurar o valor do piso para todos os profissionais da enfermagem. Ele também adianta que será avaliada a possibilidade de greve, mas ainda não há data prevista para o movimento.