Escritório de advocacia protocolou junto à Presidência da Câmara Municipal de Uberaba (CMU) ofício solicitando a apuração de possível quebra de decoro parlamentar por parte do vereador Diego Rodrigues (PDT). O pedido alega que o parlamentar utilizou suas redes sociais e o espaço de fala em sessão ordinária para difamar um médico da Unidade de Saúde da Família (USF) Julieta Andrade, no bairro Recreio dos Bandeirantes. O parlamentar diz que não mencionou no nome do profissional e que apenas cumpria a sua função de fiscalização.
O episódio teria ocorrido no dia 1º de setembro, quando o vereador esteve na USF para fiscalização. No momento da visita, segundo o alegado no documento protocolado na Câmara, o médico da família não estava na unidade, pois realizava atendimento domiciliar, conforme previsto nas atribuições da função.
De acordo com o relato, o parlamentar solicitou as folhas de ponto, registradas manualmente, e passou a expor os dados profissionais do médico, questionando sua conduta a partir do modelo de controle de frequência. A divulgação foi feita nos “stories” da conta pessoal de Diego Rodrigues no Instagram, que tem cerca de 84,5 mil seguidores, possibilitando a identificação do profissional pela comunidade local.
Ainda conforme o ofício, o vereador já havia recebido explicações de que o médico é bolsista do Programa Mais Médicos, vinculado à União, e que por isso não está sujeito ao controle de ponto convencional da rede municipal. Mesmo assim, no dia 9 de setembro, o parlamentar teria citado o caso durante sessão da Câmara, o que ampliou a repercussão do episódio em páginas de conteúdo político nas redes sociais.
O documento encaminhado à CMU pede a apuração de quebra de decoro parlamentar, com base no artigo 25 do Regimento Interno, solicitando eventual aplicação de sanções.
O vereador Diego Rodrigues afirmou que cumpriu seu papel fiscalizador ao visitar a unidade e ressaltou que em nenhum momento divulgou o nome do profissional. “O médico estava na escala de atendimento, mas ele não se encontrava no local. É falsa a informação de que me foi avisado que ele estaria atendendo externamente. A gerente da unidade também não estava. Somente a recepcionista e uma psicóloga estavam presentes e não sabiam onde o médico se encontrava”, afirmou.
O parlamentar também frisou que já realizou cerca de 15 fiscalizações em órgãos públicos e que a folha de ponto dos médicos do Programa Mais Médicos é controlada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). “Eu nunca expus o nome do profissional. Não há nenhum vídeo em que tenha sido citado o nome dele. Se houve algum, peço desculpas públicas. Nem no plenário, onde tenho imunidade parlamentar, eu disse o nome. E em nenhum momento pedi o desligamento desse profissional da rede municipal de saúde”, declarou Diego Rodrigues.