Recursos da Vale vão reformar só 10 UBSs das 53 previstas

Verba do acordo da Vale não será suficiente para a reforma de todas as unidades de saúde que estavam inicialmente na lista de prioridades da Prefeitura. A princípio, a intenção era custear 53 obras nos postos de saúde com o dinheiro repassado como compensação pelo rompimento da barragem em Brumadinho, porém o recurso será destinado apenas para dez UBSs. A informação é da secretária municipal de Saúde, Valdilene Rocha, que falou sobre o assunto em entrevista à Rádio JM nesta semana.

A titular da pasta explicou que, após ser feita análise da estrutura das unidades e elaborados os projetos de engenharia, foi observado que os recursos do acordo não seriam suficientes para custear todas as reformas previstas. “O valor do orçamento ficou muito maior do que nós imaginávamos”, salientou.

Com isso, a secretária posicionou que foi preciso priorizar as obras mais essenciais e foi definida uma lista com dez unidades básicas, que já estão com projetos prontos e devem ter os editais de licitação publicados em breve. Os recursos do acordo da Vale serão destinados para custear as reformas das UBSs nos seguintes bairros: Valim de Melo, Beija-Flor, Parque São Geraldo, São Cristóvão, Parque das Américas, Residencial 2000, Tancredo Neves, Volta Grande, Santa Rosa e Serrinha. “A escolha levou em consideração unidades localizadas em bairros estratégicos e com muito atendimento, mas também a questão estrutural. Alguns prédios estão bem danificados e precisam de adequações”, disse.

De acordo com a titular da Saúde, dependendo do resultado das licitações, outras unidades também podem ser contempladas com parte da indenização da Vale. “Definimos dez unidades inicialmente para trabalhar com uma margem de segurança dentro dos preços orçados. Vamos ver se na concorrência serão apresentados valores menores do que foi estimado no edital. Se ficar um saldo restante, poderemos utilizar em outra UBS”, acrescentou.

Além das reformas, parte dos recursos foi destinada para finalizar a construção da unidade básica do bairro Girassóis IV, inaugurada neste fim de semana. Para concluir a obra que estava paralisada, foram destinados R$560,9 mil da verba do acordo da Vale. A UBS Santa Maria também foi finalizada este ano com o dinheiro da indenização. O aporte financeiro foi de R$326,6 mil.

Para viabilizar a reestruturação das demais unidades básicas já existentes, a Secretaria Municipal de Saúde está pleiteando recursos junto ao governo estadual e, também, já cadastrou propostas solicitando verba do orçamento federal, mas ainda aguarda a resposta sobre as demandas.

Outros setores. Fora as obras na área da Saúde, a Prefeitura pretendia utilizar os R$15 milhões repassados pela indenização para obras nos nove Cras (Centro de Referência da Assistência Social) e, também, na UAI (Unidade de Atenção ao Idoso).

Até o momento, foi dado o pontapé para a reforma e ampliação do imóvel que abrigará o Cras Girassóis. O investimento será de R$787.344,39 e a obra será realizada pela Construtora Soberana, de Manaus.

Já a reforma da Unidade de Atenção ao Idoso (UAI) chegou a começar no início do ano, mas a Prefeitura anunciou posteriormente a rescisão unilateral do contrato com a M & A Empreiteira por atraso na execução da obra.  

Com contrato no valor de R$528.361,35, a previsão era o término da obra em julho. Entretanto, na segunda medição dos serviços, apenas 1,65% da meta do mês de março havia sido executada. Desde o início dos trabalhos, em janeiro, a empresa entregou 10% da obra, quando o serviço já deveria estar 46% concluído. A empreiteira foi notificada seis vezes pela Prefeitura, devido ao atraso na execução.