Na avenida Leopoldino de Oliveira, o projeto do arquiteto e urbanista Jaime Lerner prevê ampliação de rotatórias, implantação de mão única e instalação de semáforos
Intervenções menores e de baixo custo foram as principais propostas apresentadas ontem para o trânsito na cidade de Uberaba. À parte da radical reestruturação do transporte coletivo na avenida Leopoldino de Oliveira, o projeto do arquiteto e urbanista Jaime Lerner prevê ampliação de rotatórias, implantação de mão única e instalação de semáforos nos principais pontos críticos do sistema viário. Na apresentação, o engenheiro de transportes, Alan Cannell, a ideia foi operar a infraestrutura existente para dar mais eficiência e minimizar conflitos. “Se colocarmos que precisa de 10 viadutos para resolver o problema, passariam a vida inteira em Brasília para conseguir esses projetos”, pondera. Um dos principais pontos de conflito é a avenida Nenê Sabino, onde os motoristas já observam engarrafamentos no início e término das aulas na Uniube. De acordo com o engenheiro, mudanças foram propostas desde a interligação com a Edílson Lamartine Mendes até o trecho. Para o acesso à universidade, a recomendação é implantação de semáforos para controlar o fluxo de veículos. Cannell salienta que, além de minimizar a confusão em horários de pico, a medida viabiliza aos pedestres cruzar a via com segurança. Sinaleiro também será instalado no cruzamento da Nenê Sabino com Santos Dumont, em frente do aeroporto. No entroncamento do Parque de Exposições, a consultoria propõe a ampliação da rótula para dar mais segurança. Seguindo no trecho, está prevista a criação de mão única nas ruas Barão de Ituverava e Juiz de Fora. A ampliação da rotatória também foi a solução apontada para o cruzamento das avenidas Santos Dummont e Leopoldino de Oliveira, o ponto mais crítico na região central. Já para o transporte coletivo, o engenheiro de transportes Euclides Rovani detalhou o projeto anunciado com exclusividade pelo Jornal da Manhã. A proposta engloba a construção de dois terminais de integração nos extremos da Leopoldino da Oliveira: a Univerdecidade e o bairro de Lourdes. Nesse trajeto, 10 subestações serão instaladas no canteiro central e os ônibus passarão a trafegar em faixa preferencial à esquerda. Rovani explica que o novo sistema terá a cobrança da passagem nas subestações para garantir a agilidade do transporte coletivo. De acordo com ele, com a cobrança dentro do ônibus perde-se mais de três minutos em horários de pico para o embarque e desembarque. O novo modelo reduz o tempo da parada para 20 segundos. Além disso, ele salienta que os veículos terão capacidade para 100 passageiros. Essa proposta permite diminuir de 80 para 12 o número de ônibus trafegando na avenida, com frequência de três em três minutos. A consultoria também apresentou a criação de parques para interligar a Mata do Ipê, do Carrinho e também o Paço Municipal. Outra obra é um anexo do Museu do Zebu no centro da rotatória do Parque Fernando Costa. A revitalização do calçadão também está no bojo do projeto. Conforme o arquiteto Jaime Lerner, a gestão mostrou vontade política durante o encontro para realizar o trabalho. De acordo com o especialista, algumas intervenções já podem começar de imediato. Ele acredita que grande parte das ações é possível no prazo máximo de três anos. “Não gosto de trabalhar com o custo alto. Criatividade começa quando se tira um zero do orçamento”, destaca.