Tony Carlos mostrou valores do contrato entre Prefeitura e a empresa de radares.
Discussão em torno da fiscalização eletrônica em Uberaba tomou praticamente todo o tempo da sessão ordinária de ontem da Câmara de Vereadores. O assunto, previamente agendado, levou ao plenário o secretário municipal de Transporte e Trânsito, Ricardo Sarmento; subsecretário de Governo, Wellington Cardoso, e o chefe do 5° Departamento da Polícia Civil, delegado José Paulino da Silva Filho.
Os vereadores bombardearam os secretários e os questionamentos giraram em torno dos valores arrecadados pelo município com a aplicação de multas. Embasado sobre o assunto, o vereador Antônio Carlos da Silva Nunes (PMDB) quis saber quanto a empresa contratada recebe pela prestação dos serviços de detecção e registro de infrações de trânsito. Tony Carlos perguntou ainda sobre valores fixos e onde é aplicado o dinheiro arrecadado com o pagamento das infrações.
Wellington Cardoso se ateve aos aspectos técnicos. Ele disse que a violência no trânsito é grave e mereceu destaque inclusive em trabalho realizado pelos alunos do curso de Jornalismo da Uniube. Cardoso defendeu a instalação de radares. Para ele, apenas a distribuição de obstáculos – como sugerido por alguns vereadores – não resolve o problema. “De todos os instrumentos de fiscalização, o radar é o mais democrático. Não sou defensor de multas, e sim da vida”, salientou.
O delegado da Polícia Civil, José Paulino, salientou que é imprescindível ao administrador público lançar mão dos equipamentos de fiscalização. “É preciso a redução da velocidade.”
Os vereadores também fizeram uso da tribuna e muitos foram contra, principalmente, a instalação dos radares. Luiz Humberto Dutra (PDT) fez questão de afirmar que se não existe alternativa para combater a violência no trânsito, se mostra favorável ao equipamento.
Marcelo Machado Borges (PMDB) salientou que o problema é educação. “Precisa ser feito um trabalho de educação no trânsito”. Ele acrescentou que a maioria dos acidentes acontece por causa do uso de álcool. “Este é um dos motivos dos acidentes.”
Almir Silva (PR) se mostrou completamente contra as medidas adotadas pelo município no que se refere à aplicação de multas e pediu ao secretário para não retomar a famosa “fábrica de multas” instalada em Uberaba em um passado recente.
Em meio à discussão, Sarmento lançou mão de documentos para responder às questões dos vereadores. Dados apresentados por ele não convenceram. A reunião durou mais de três horas e não se chegou a um acordo. Irritado com a demora da sessão e percebendo que dali não sairia nenhuma definição, Carlos Alberto de Godoy declarou que o debate não foi produtivo.
Tony Carlos decidiu elaborar um projeto que proíbe a instalação de radares móveis, que entrará em tramitação na casa ainda esta semana.
Na avaliação do secretário Sarmento, a discussão foi produtiva. Ele observou que o município está trabalhando dentro de uma legalidade com previsão legal.