A proposta teve 13 votos favoráveis e cinco contrários após muita discussão e participação de sindicalistas da Educação, que alegaram que o piso nacional não é pago pelo município
Representante de educadores, no Plenário da Câmara, mostra cartaz com as reivindicações da categoria (Foto/Rodrigo Garcia)
Mesmo com posicionamento contrário de professores da rede municipal que acompanhavam a votação, Legislativo aprovou na segunda-feira (8) o projeto que sacramenta o reajuste salarial de apenas 3,71% para o funcionalismo da Prefeitura. A proposta teve 13 votos favoráveis e cinco contrários.
Integrante da diretoria do Sindemu (Sindicato dos Educadores do Município de Uberaba), Adislau Leite fez uso da tribuna durante a sessão e manifestou que a categoria era contra o projeto referente ao reajuste salarial apresentado pelo Executivo.
No pronunciamento, o sindicalista ainda contestou o argumento da Prefeitura de que o piso do magistério já está sendo cumprido na rede municipal e alegou que o valor não pode ser proporcional à carga horária. “Quando qualquer membro do Poder Público diz que o pagamento integral do piso é para jornada de 40 horas, certamente não está falando a verdade”, declarou.
Quanto ao tíquete-alimentação, o Executivo publicou decreto no fim de semana e concedeu 4% tanto para professores quanto para servidores administrativos. Desta forma, continua havendo uma diferença nos valores pagos a cada grupo. Adislau reforçou o pleito dos educadores para a equiparação do valor ao restante do funcionalismo e classificou como injusta a manutenção do tíquete menor para os educadores. “Tudo é pago com dinheiro público. É uma injustiça a diferença no tíquete e tem que ser corrigida com urgência [...] Falta vontade política para atender a essas reivindicações”, acrescentou.
Outros dois profissionais também fizeram uso da tribuna, com críticas dirigidas ao Executivo pelo encerramento da negociação salarial sem diálogo e queixas contra os vereadores por falta de apoio à categoria. Vereadores da base aliada citaram os reajustes de anos anteriores ao funcionalismo e fizeram defesa do governo em plenário. Com os embates ao longo da sessão, a discussão se arrastou por praticamente duas horas.
Apesar dos questionamentos, o projeto que trata da aplicação do índice de 3,71% para correção dos salários foi aprovado. Somente os vereadores Caio Godoi (PP), Marcos Jammal (PSDB), Paulo César Soares (PCdoB), Rochelle Gutierrez (PDT) e Tulio Micheli (PSDB) – todos da ala oposicionista – votaram contra a proposta encaminhada pela Prefeitura.