A reivindicação foi apresentada ao governador e pré-candidato à reeleição Antonio Augusto Anastasia (PSDB) ontem, durante solenidade de inauguração da Usina Vale do Tijuco
Setor sucroalcooleiro quer menor tributação para o álcool produzido em Minas Gerais. A reivindicação foi apresentada ao governador e pré-candidato à reeleição Antonio Augusto Anastasia (PSDB) ontem, durante solenidade de inauguração da Usina Vale do Tijuco. Além do empreendimento em Uberaba, o grupo já tem projetos para duas unidades no Triângulo Mineiro focadas na produção de etanol. Na cerimônia, o diretor acionista da Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA), José Francisco dos Santos, ressaltou o caráter sustentável da usina, a preocupação com o Meio Ambiente e a valorização dos funcionários por meio de cursos profissionalizantes. O executivo agradeceu ainda ao Poder Público o apoio ao projeto e ressaltou o compromisso do Estado em asfaltar a estrada que liga Campo Florido a Uberlândia, que contemplará duas unidades do grupo. Ainda durante discurso, Santos fez um apelo público por incentivos fiscais que tornem o preço do álcool mais competitivo em Minas Gerais. Segundo ele, as alíquotas para comercialização em outros Estados são igualitárias, porém dentro do território mineiro não há vantagem. “Quem reivindica um preço do álcool mais baixo é o consumidor mineiro. Somos o segundo Estado que mais produz álcool. Não é questão de perder receita, mas temos um produto nosso que traz menos impacto ao meio ambiente. Queremos que se compense o imposto com alguma coisa”, salienta. A resposta ao pleito veio de imediato. Em pronunciamento que surpreendeu políticos e ruralistas presentes, Anastasia garantiu uma solução para o setor sucroalcooleiro e já anunciou reunião para o dia 13 de maio. Segundo ele, é intenção do governo tornar mais competitivo o preço do álcool no Estado e estudos estão em andamento. “O trabalho está sendo coordenado pelas secretarias de Desenvolvimento Econômico e da Fazenda. Nessa importante reunião discutiremos, em alto nível, quais são as alternativas e opções possíveis. Tenho a mais serena convicção de que chegaremos a uma solução adequada, que será de interesse do Estado, dos produtores e, especialmente, dos consumidores, a quem devemos respeito e muita atenção”, acrescentou o governador. Ele aproveitou o discurso para reforçar a consolidação do gasoduto e o compromisso de parcerias entre o setor público e a iniciativa privada. Com capacidade inicial de moagem de dois milhões de toneladas de cana por ano, a Vale do Tijuco permite a produção de 180 milhões de litros de etanol, gerando 140 mil MWh durante a safra. A CMAA investiu R$ 300 milhões no empreendimento, com a geração de 500 empregos diretos. A perspectiva do grupo é dobrar a capacidade de produção, com o acréscimo de R$ 150 milhões de investimento na unidade. Nessa segunda etapa também será produzido açúcar, além do etanol. Parte da energia gerada pela Usina Vale do Tijuco reforçará o sistema elétrico da Cemig. Por meio da Efficientia, subsidiária da Cemig, foi feita parceria com a CMAA para integrar energia à rede de distribuição da estatal. Além de etanol, a Vale do Tijuco irá gerar 45 MW, chegando em 2012 a 65MW. A previsão é que haja excedente de 25MW na primeira fase e 45MW na fase final, o suficiente para fornecer energia elétrica a 120 mil residências.