MILÍCIAS DIGITAIS

Uso irregular de IA pode levar à cassação de candidato nas eleições 2024

Regras para as campanhas a prefeitos e vereadores foram aprovadas nesta terça-feira (27) pelo Tribunal Superior Eleitoral

O Tempo
Publicado em 28/02/2024 às 09:42
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A ministra Cármen Lúcia, relatora das regras eleitorais aprovadas pelo TSE e que será a presidente do tribunal durante as eleições municipais de 2024 (Foto/Luiz Roberto/Secom/TSE)

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou na noite desta terça-feira (27) as regras para as eleições municipais de 2024 onde serão eleitos prefeitos e vereadores de 5.568 municípios brasileiros. As normas deverão servir de balizamento para partidos e candidatos com foco, principalmente, no combate às fake news e ao avanço das novas tecnologias com uso ilegal da Inteligência Artificial (AI) para a propagação de notícias falsas contra adversários políticos. 

De acordo com o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, as medidas e imposições de regras têm o objetivo de defender a “verdadeira liberdade de expressão” contrárias à propagação de mentiras e "ataques de ódio" e podem levar à cassação de um candidato, ainda que eleito. 

“O uso indevido da inteligência artificial pode, inclusive, mudar o resultado das eleições e é preciso combater as milícias digitais que levam ao eleitor informações mentirosas”, afirmou Moraes, que em agosto deixa a presidência do tribunal para dar lugar à ministra Cármen Lúcia. “Não queremos que haja um eleitor ‘chipado’, que fica com um chip e com a ilusão de que aquilo seja o exercício da liberdade", completou Cármen Lúcia, relatora das propostas aprovadas pela Corte.

Ao todo foram votados e aprovados 11 ítens coletados e organizados por meio de audiências públicas durante o mês de janeiro de 2024. 

Manifestações de artistas

Artistas e influenciadores poderão manifestar suas posições políticas em shows e apresentações, além de seus perfis em redes sociais, desde que de forma voluntária e gratuita. O debate dessa permissão foi polemizado em 2022 depois que a cantora Pabllo Vittar se manifestou em um festival a favor do presidente Lula, então candidato à Presidência da República. Na ocasião, o ministro do TSE Raul Araújo concedeu uma liminar proibindo manifestações do tipo em festivais.

A participação voluntária de artistas em eventos de campanha é compatível com a natureza dos eventos de arrecadação. Já pagamentos e showmícios com esse objetivo continuam vedados. A reprodução de paródias musicais e reprodução de obras de artistas a favor de qualquer candidato também deve ser protegida. Essa foi uma das demandas apresentadas em audiência pública do tribunal por artistas como a cantora Marisa Monte, no mês passado.

Biometria 

O TSE prevê um mutirão para ampliar o cadastramento biométrico - realizado para dar mais segurança à identificação do eleitor e da eleitora no momento da votação - em três dos maiores colégios eleitorais do país, que inclui Minas Gerais. Em todos os 854 municípios mineiros, apenas 62% dos eleitores têm cadastros biométricos registrados no sistema eleitoral - o que deixa de fora 6,1 milhões de mineiros sem esse tipo de identificação. A abrangência no Rio de Janeiro é de 66% do eleitorado, enquanto em São Paulo são 78% da população identificada pela digital na hora de votar. 

Outra resolução é a de que partidos políticos passam a ser obrigados a divulgar em suas páginas eletrônica os valores totais dos seus fundos especiais de financiamento de campanha e os critérios para distribuição a candidatas e candidatos. 

Fonte: O Tempo

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