Em 2023, deputados estaduais aprovaram projeto de lei que aumenta em 298% salário do Zema, do vice-governador Mateus Simões e dos secretários
O governador Romeu Zema (Novo) defendeu o aumento do próprio salário e de seus secretários em 298%, aprovado no ano passado, e afirmou que precisou fazer o reajuste porque os vencimentos estavam defasados e ele estava perdendo parte do próprio secretariado. A declaração foi feita durante entrevista ao canal de televisão CNN.
“Ninguém fala a verdade. Um secretário de Estado de saúde ou educação em Minas ganhava menos que um secretário municipal de uma cidade pequena. E eu comecei a perder secretários. Eles ficaram 4 anos como voluntários, que foi o que definimos, e no início da segunda gestão vamos fazer uma correção para o que é moral em todos os estados do Brasil”, afirmou Zema.
O governador, que frequentemente é criticado pela oposição devido ao aumento do próprio salário, enquanto servidores públicos receberam uma recomposição de 4,62% este ano, justificou que, no seu governo, os vencimentos dos secretários e dele próprio são mais “transparentes”.
“No passado, os secretários de Minas tinham os jetons [pagamentos recebidos por agentes públicos pela participação cumulativa em conselhos fiscais] e ganhavam muito mais do que hoje. Eu sou um governo que preza pela transparência. Então, se está lá hoje que meu secretário ganha X, é porque ele ganha isso. Antes constava que ele ganhava um terço de X, mas tinha mais 10X por fora. Infelizmente, fazer o certo no Brasil custa caro”.
Na última semana, o Conselho de Supervisão do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) de Minas Gerais considerou irregular o aumento salarial dado ao governador e aos secretários, e solicitou o impacto financeiro-orçamentário do reajuste durante os próximos nove anos. Caso avalie como um empecilho, pode dar um parecer contrário à homologação do RRF.
Fonte: O Tempo