SAÚDE

29% dos alimentos têm resíduos de agrotóxicos, mostra pesquisa

Na avaliação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é preciso investir na formação dos produtores rurais e no acompanhamento do uso do produto

Thassiana Macedo
Publicado em 02/11/2013 às 00:35Atualizado em 19/12/2022 às 10:23
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O Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos realizou monitoramento dos alimentos consumidos no Brasil e o resultado revela que 36% das amostras de 2011 e 29% das amostras de 2012 têm irregularidades na presença de agrotóxicos. Na avaliação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é preciso investir na formação dos produtores rurais e no acompanhamento do uso do produto.

Conforme o estudo, há dois tipos de irregularidades avaliadas, sendo uma quando a amostra contém agrotóxico acima do limite máximo de resíduo permitido e outra quando a amostra apresenta resíduos de agrotóxicos não autorizados para o alimento pesquisado. O levantamento revelou ainda que o azaconazol e o tebufempirade, dois agrotóxicos nunca registrados no Brasil, foram encontrados nas amostras de alimentos, o que pode significar que esses alimentos entraram contrabandeados no país.

Em 2011, o pimentão foi o produto analisado que teve o maior número de amostras com irregularidades. Das 213 amostras analisadas, 84% tiveram uso de agrotóxico não autorizado no Brasil; 0,9% tinham índices acima do permitido e 4,7% tinham as duas irregularidades. Em seguida, vieram cenoura, com 67% de amostras irregulares; pepino, com 44%, e a alface, com 42%. Em 2012, o morango apareceu com 59% de irregularidades nas amostras, e novamente o pepino, com 42%.

Alguns agrotóxicos aplicados nos alimentos agrícolas e no solo têm a capacidade de penetrar em folhas e polpas. Por isso, a lavagem dos alimentos em água corrente e a retirada de cascas e folhas externas, apesar de contribuírem para a redução dos resíduos de agrotóxicos, são incapazes de eliminar aqueles contidos em suas partes internas.

A nutricionista Kézia Mendes Prata destaca, ainda, que procedimentos de lavagem e retirada de cascas e folhas externas de verduras ajudam na redução dos resíduos de agrotóxicos presentes apenas nas superfícies dos alimentos. “Para minimizar os efeitos, primeiramente deve-se lavar bem as verduras, frutas e legumes em água corrente e, em seguida, deixá-las submersas por 20 minutos em solução clorada – uma colher de sopa de água sanitária para cada litro de água ou hipoclorito de sódio na diluição recomendada pelo fabricante. Depois, enxaguá-las cuidadosamente. Uma boa lavagem contribui para que parte dos agrotóxicos seja retirada dos alimentos, mas a medida não resolve por completo”, explica a especialista.

Outra dica da nutricionista é consumir frutas, verduras e legumes de forma variada e preferir alimentos da época. Além disso, alimentos produzidos por métodos de produção integrada ou alimentos orgânicos também são indicados, já que geralmente não utilizam ou usam menos produtos químicos para ser produzidos.

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