Luís Fernando Araújo Junior com os irmãos Tiago e Daniel Baumfeld, no hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte – os protagonistas da primeira cirurgia de desartrodese de tornozelo de Minas Gerais (Foto/Divulgação)
Conviver com a dor crônica não é fácil, nem mesmo para a mais paciente e resiliente pessoa. A restrição de mobilidade e atividades simples do dia-a-dia torna a convivência com a dor crônica ainda mais desafiadora. Mas, muitas vezes, ela tem solução.
Após cinco anos sofrendo com o incômodo e a dor aguda, policial militar mineiro da Reserva voltou a ter qualidade de vida graças a uma cirurgia até então inédita no Brasil, chamada desartrodese de tornozelo, realizada pelo médico ortopedista uberabense Luís Fernando Araújo Junior, que integrou a equipe dos irmãos Tiago Baumfeld e Daniel Baumfeld, referências não só no país como também no exterior, no hospital Felicio Rocho, em Belo Horizonte.
A desartrodese do tornozelo é indicada quando o paciente já foi submetido a algum tipo de fusão da articulação, o que limita o movimento, já que a articulação entre a tíbia e o tálus fica imobilizada. Assim, a cirurgia performada pelos irmãos Baumfeld e pelo uberabense Luís Fernando Araújo Junior teve como objetivo restabelecer o movimento da articulação por meio de uma prótese.
Apesar de bastante difundida fora do país, a cirurgia de desartrodese de tornozelo ainda é nova por aqui. Esta foi apenas a segunda no país e a equipe teve bastante êxito na execução, proporcionando melhora significativa na qualidade de vida do paciente, que pode voltar a andar e subir escadas sem sofrer com a dor.
"A desartrodese é um procedimento amplamente difundido em países de primeiro mundo, como os Estados Unidos, apesar de nova no Brasil, já que é a primeira de Minas Gerais e a segunda do país. Mas sua eficácia é indiscutível, porque devolve o movimento ao tornozelo e, por conseguinte, melhora a dor, melhora a função, previne novas lesões. O paciente agora pode voltar a realizar atividades que já não fazia mais por causa da dor intensa, como agachar, andar em terrenos irregulares, por exemplo", explica Luís Fernando.
A desartrodese é a oportunidade de cura para o paciente, já que, sem ela, ele continuaria a viver uma vida limitada pela dor. "No caso desse paciente específico, ele até poderia seguir um tratamento paliativo, ingerindo medicação e sendo submetido a fisioterapia, mas sem cura. Então o risco de novo agravamento era tão real quanto inevitável", finaliza o ortopedista.