SAÚDE

Aids é uma das principais causas de doenças incapacitantes no País

Discutir formas de prevenção, ampliar o número de diagnósticos e o tratamento de portadores da doença evitam a ocorrência de mais transmissões do vírus HIV

Thassiana Macedo
Publicado em 27/09/2013 às 00:14Atualizado em 19/12/2022 às 10:53
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Programa das Nações Unidas para o HIV/Aids divulgou nesta semana relatório que apontou queda no contágio pelo vírus entre os anos de 2001 e 2012. De acordo com os números, houve uma redução de 33% nos novos casos da doença em todo o mundo. No Brasil, o total da população entre 15 e 49 anos contaminada por HIV não mudou neste período, mantendo-se em 0,4% e 0,5%. Já as mortes pelo vírus da Aids caíram no país, passando de 39% para os atuais 30%.

O infectologista Alexandre Naime Barbosa explica que, apesar da queda de novos casos de Aids, é preciso analisar os casos com cautela. “A maior parte dessa redução aconteceu principalmente na África Subsaariana e no Caribe. Nestes locais, é onde há o maior número de pessoas vivendo com HIV, cerca de dois terços. Então, houve redução bastante importante nesses dois locais que puxaram o índice para baixo. O que não significa que isso aconteceu de maneira uniforme e global”, afirma.

O especialista destaca que em muitos outros, como Oriente Médio e norte da África, por exemplo, esse percentual, ou seja, a incidência tem aumentado. “Na América Latina, a situação é razoavelmente estável. A mortalidade vem caindo ao longo do tempo por conta do maior acesso em todos os países com relação ao fornecimento da medicação. Hoje em dia, mesmo em países mais pobres, o acesso às medicações está mais rotineiro e regular, por isso houve grande redução no número de mortes”, frisa.

Especificamente sobre o Brasil, o infectologista lembra que existe uma discussão a respeito de como está essa epidemia. Segundo ele, o último reporte de 2012 mostra 42 mil novos casos no Brasil. “Isso tem se mantido razoavelmente nesta linha, mas com uma tendência de aumento. Nos anos anteriores tivemos 37 mil em 2010, 35 mil em 2011 e, agora, 42 mil. É necessário olhar esses dados com cuidado. É possível que a incidência realmente continue aumentando, com uma taxa de crescimento não tão alta, mas é importante observar para confirmar ou não essa tendência”, ressalta.

Combate à Aids. Entre as formas de combater a epidemia da Aids no Brasil, o infectologista Alexandre Naime Barbosa aponta medidas como otimizar o uso das ferramentas que já temos. “O Brasil tem muitos programas de prevenção, temos teste de diagnóstico rápido, só que, talvez, não estamos usando isso de forma efetiva. Precisamos ir onde a doença está mais concentrada, como entre os usuários de droga, especialmente crack, moradores de rua, profissionais do sexo e a população homossexual. Nessas populações, onde a epidemia está mais concentrada, as medidas precisam ser mais afirmativas, como ampliar o número de diagnósticos, porque assim é possível evitar mais transmissões e tratar essas pessoas, e também discutir formas de prevenção”, completa.

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