Cadeira desenvolvida por pesquisadores brasileiros que emite sinais elétricos para estimular a formação de novo tecido ósseo está sendo testada no tratamento para a osteoporose
Atualmente, a osteoporose, doença metabólica mais frequente na terceira idade e que diminui a massa óssea, deixando o osso mais frágil e suscetível a fraturas, atinge cerca de 15 milhões de pessoas no Brasil. Embora a ocorrência seja maior entre pessoas do sexo feminino, os homens também podem ter a doença, que se torna cada vez mais comum com o aumento da expectativa de vida da população. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a previsão é de que o número de idosos triplique no Brasil até 2050, passando de 21 milhões para 64 milhões.
A médica geriatra Adriana Machado destaca que a doença pode ser diagnosticada precocemente, facilitando o tratamento que inibe a evolução da osteoporose.
“O ponto chave na detecção da osteoporose é lembrar que esta é uma doença silenciosa e há poucos indícios de que ela esteja presente antes de uma fratura ocorrer. Portanto, a osteoporose deve ser investigada rotineiramente em mulheres na época da menopausa e em homens a partir dos 70 anos que apresentem fatores de risco, como por exemplo história familiar de fraturas e tabagismo.
O exame padrão para essa investigação é a densitometria óssea”, explica.
No entanto, a especialista alerta que é possível evitar o problema antes que ele se instale na vida de um indivíduo através de alguns hábitos simples e cotidianos.
“A prevenção da osteoporose deve iniciar-se na infância, estender-se na vida adulta e na terceira idade. É preciso garantir uma ingestão adequada de leite e derivados, o que proporciona boa reposição de cálcio. Deve-se ainda realizar exercícios físicos de rotina e buscar uma exposição solar adequada para a produção da vitamina D, que ajuda o organismo a absorver o cálcio ingerido”, ressalta Adriana.
Tratamentos. Uma cadeira, desenvolvido por pesquisadores da Universidade de São Paulo de São Carlos (USP) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que emite sinais elétricos para estimular a formação de novo tecido ósseo em fêmur, coluna e bacia, está sendo testada em São Paulo no tratamento para a osteoporose. Duas placas metálicas ficam escondidas sob um estofado. Para realizar o tratamento, o paciente deve permanecer sentado na cadeirinha por
20 minutos após acionar um botão. Ao todo, são cinco sessões por semana e, quando o tratamento é concluído, o aparelho avisa.
Enquanto essa tecnologia não chega a todos os portadores de osteoporose, a geriatra Adriana Machado destaca outras formas de tratamento. “Existem várias formas de tratamento disponíveis e que são muito eficientes na prevenção das fraturas, mas o melhor tratamento, geralmente medicamentoso, é definido em conjunto entre paciente e médico”, frisa.