Sistema Único de Saúde vai fornecer o medicamento trombolítico Alteplase gratuitamente em toda a rede pública para reduzir a mortalidade
Depois de liminar da Justiça Federal de São Paulo, o Ministério da Saúde autorizou que, a partir de agora, o tratamento de pessoas com AVC isquêmico pelo SUS será feito com o reforço de uma nova medicação, o trombolítico Alteplase. O objetivo, segundo o neurologista Cláudio Cruvinel, é reduzir sequelas. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, em 2011, cerca de 150 pessoas morreram em Uberaba, devido às complicações de acidente vascular cerebral (AVC). Sendo que aqui a faixa etária mais acometida pela doença é a partir de 60 anos e especialmente a população masculina.
Atualmente, o Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM) é o único hospital a fornecer o tratamento e a única porta de entrada é através do atendimento do Samu. O neurologista revela que, desde a implantação do novo reforço, já foram tratadas cerca de dez pessoas em condições de receber o medicamento. Isto porque o medicamento só é administrado de acordo com critérios clínicos de uso, ou seja, o tratamento só é feito na fase aguda da doença e no máximo até quatro horas e meia depois do aparecimento dos primeiros sintomas. Por isso, o especialista revela que é fundamental caracterizar o instante do surgimento dos sinais e quais são os sintomas ao procurar uma unidade primária de atenção à saúde.
Cruvinel ressalta que o AVC é hoje a principal causa de incapacidade no Brasil e de mortalidade no adulto, sendo que do ponto de vista social as sequelas da doença trazem um prejuízo enorme a todos,. “É bom esclarecer que essa medicação não é para fazer com que o paciente melhore na hora ou para reverter o déficit. Inclusive todas as pesquisas feitas com o trombolítico mostram que os pacientes que usam a medicação têm maior chance de ficar mais independentes ou com menos sequelas e em um período de internação menor, o que reduz as complicações pelo AVC. E essa análise é feita dentro dos primeiros
90 dias de avaliação”, afirma o neurologista do HC-UFTM, Cláudio Cruvinel.