Desaparecimento de pessoas é um problema que assola o Brasil e diversos outros países no mundo. O que vem acontecendo nos últimos anos é a inserção dos idosos neste cenário
O desaparecimento de pessoas é um problema que assola o Brasil e diversos outros países no mundo. O que vem acontecendo nos últimos anos é a inserção dos idosos neste cenário. Normalmente, transtornos mentais como Alzheimer, por exemplo, são os casos mais frequentes que levam os indivíduos a se perderem na cidade ou até mesmo a se tornarem moradores de rua. Em 2013, dados fornecidos pela Polícia Civil apontavam que em Minas Gerais havia 350 casos envolvendo o sumiço de pessoas com mais de 60 anos, sem solução.
De acordo com o médico José Luiz Riani, especialista em Saúde Coletiva com ênfase em Políticas Públicas Voltadas à População Idosa, alerta sobre as principais causas que levam ao desaparecimento de idosos. “O principal fator que leva idosos a se perderem na cidade ou mesmo a se tornarem moradores de rua é o Alzheimer, embora existam também o envolvimento de outras demências ou situações pontuais, como febre, noite mal dormida, uso de medicamentos, depressão do sistema nervoso central, desidratação, entre outros. São fatores que, associados ou combinados podem levar a esse fenômeno de desorientação”, esclarece.
O especialista ressalta que o Alzheimer causa o desaparecimento em virtude de um dos principais sintomas que caracterizam a doença. “O rebaixamento da memória e de localização, que são características da doença, faz com que o idoso não encontre mais o seu caminho de volta. Essa situação, que eventualmente acontece em todas as cidades e mesmo fora do país, está demandando tanto do poder público quanto da sociedade uma posição. Temos uma população que envelhece proporcionalmente e de forma rápida. A doença de Alzheimer é tipicamente incidente na população idosa e precisamos que o idoso esteja ativo. Portanto, todos temos responsabilidades em relação a esse tema”, pontua Riani.
Alguns cuidados, segundo o médico, ajudam a evitar problemas de desorientação do idoso. “Quando um idoso se perde, muitas vezes a resposta da família é não deixá-lo mais sair sozinho de casa. Com isso, o indivíduo não sai mais de casa e acaba perdendo o contato com estímulos e com a atividade física que antigamente faziam. Isso acelera a progressão da doença. Por isso, o idoso deve ter sempre acompanhamento. É importante que ele ande com uma identificação consigo, seja uma carteira, o documento ou em uma pulseira, informando nome e contatos da família”, completa o especialista.