Análise e adaptação do ambiente evitam afastamentos

No ano de 2009, dentre os 50 códigos de Classificação Internacional de Doenças (CID) com maior incidência nas doenças relacionadas ao trabalho, liquidados na Previdência Social, em todo o país, os mais incidentes foram aqueles relacionados ao sistema musculoesquelético, correspondendo às lesões no ombro, sinovite e tenossinovite e dorsalgia, com 19,7%, 17,2% e 7,6%, do total. Em 2010 e 2011, estes diagnósticos repetiram-se, correspondendo, respectivamente, a 20,0%, 15,5% e 7,4%, em 2010 e 20,2%, 14,2% e 7,7%, do total, em 2011.

Hoje, as LER/DORT são consideradas problema de saúde pública, por afastarem do trabalho, trabalhadores jovens, que estão no auge de sua capacidade produtiva e pelo ônus aos cofres públicos. Benefícios concedidos pela Previdência Social, entre previdenciários e acidentários, em dezembro de 2012 chegaram a 316.112 e no acumulado entre janeiro e dezembro, o total chegou a 4.629.268.

Para evitar os afastamentos do trabalho, o fisioterapeuta Lucas Alves Vieira Pereira destaca que toda empresa deve ter uma Análise Ergonômica do Trabalho (AET), documento elaborado a partir do estudo dos ambientes, onde se analisa a organização, o arranjo físico, os postos de trabalho, o ambiente físico, os riscos ergonômicos e são sugeridas recomendações e sugestões para evitar doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho, como as lesões por esforços repetitivos (LER) e os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT).

Ele explica que o documento é produzido através de várias visitas técnicas. “Durante a visita, é possível realizar a observação do trabalho, entrevista com o funcionário, fotografias, filmagens, medições ambientais, como temperatura e ruído”, explica Lucas. Os dados coletados são analisados por profissionais que avaliam a biomecânica, a fisiologia do trabalho e aplicam ferramentas ergonômicas cientificamente comprovadas. “A partir dos resultados das análises, são feitas as recomendações necessárias a fim de amenizar ou até mesmo anular o risco de desenvolver alguma LER/DORT”, completa o fisioterapeuta.