Ano novo, vida nova? Psicóloga dá dicas de como estabelecer metas realistas e alcançáveis
Entenda o que está por trás da dificuldade em realizar os objetivos traçados e como transformar o ciclo de frustração em um novo ano de conquistas reais
Um novo ano se aproxima e é comum criar listas de metas a serem cumpridas. No entanto, muitas pessoas se frustram ao perceberem que não conseguiram nem ao menos atingir os objetivos traçados no ano anterior. Então, chegou a hora de fazer um balanço de 2024 e entender o que pode ser melhorado em 2025.
Em entrevista ao programa Pingo do J, na Rádio JM, a psicóloga Lorena Karina destacou que um dos principais erros ao definir metas de Ano Novo é se deixar levar pela empolgação do momento. “Metas muito idealizadas e fora da realidade podem ser difíceis de serem colocadas em prática. Então, trata-se de uma auto-observação e de senso crítico”, afirma.
Um levantamento feito, este ano, pela revista Forbes Health em parceria com a empresa internacional de pesquisa One Poll revelou que, em média, as pessoas tentam cumprir suas resoluções de Ano Novo por somente três meses. Isso pode estar ligado a falta de motivação, determinação e até de avaliação dos principais erros cometidos em metas anteriores.
“O que precisa mudar são os hábitos, buscando ser uma pessoa menos automática e mais consciente, observando os sentimentos e as atitudes que não deram certo antes e tentar mudar”, sugere Lorena, em entrevista ao JM.
Ainda de acordo com a pesquisa conduzida pela revista estadunidense, dos mil entrevistados, 80% se sentem confiantes na sua capacidade de atingir os objetivos. Porém, os dados apontam que apenas 20% se mantêm realmente focados em cumprir o que foi estabelecido. Esta é uma queda enorme em comparação com os números de 2023, nos quais 77% das pessoas questionadas afirmaram se responsabilizar por suas metas.
No final, apenas 8% daqueles que estipularam propósitos para o Ano novo, os cumpriram fielmente. É o que revela um estudo da Universidade de Scranton, na Pensilvânia, Estados Unidos. Apesar da dificuldade em zerar a lista de resoluções, o ritual pode ser benéfico para quem se esforçar em virar a página do passado e se propor a mudar nos próximos 365 dias.
Sobre esta questão, Lorena Karina reflete sobre o “modo operador”, em que muitas pessoas se deixam levar por atitudes mais automáticas e menos conscientes. “É fundamental sair do estado de ocupado e entrar no modo produtivo. A diferença entre eles é que, no ocupado, cumprimos demandas, enquanto no produtivo, criamos métodos de como alcançar os objetivos”, enfatiza.
Diante disso, uma boa estratégia para evitar a frustração e cumprir com as metas estabelecidas é dividi-las em curto, médio e longo prazos. Isso permite uma sensação de conquista constante, além de dar tempo de ajustar os planos caso algo não saia como o esperado. Também é importante que as metas dependam apenas da pessoa que as criou. A psicóloga lembra que necessitar de fatores externos para atingir os objetivos, pode tornar a realização deles ainda mais difícil.
COMO TRANSFORMAR METAS EM RESULTADOS
Novos anos oferecem novas oportunidades para refletir sobre as atitudes que tomamos em relação as nossas vidas. Mesmo que muitas pessoas se sintam pressionadas a criar metas válidas a partir de janeiro, é ilusão pensar que, ao mudar o ano, as coisas a nossa volta também mudarão, automaticamente. É preciso avaliar o comportamento diante dos problemas, buscando estratégias para resolvê-los.
Para Lorena, um bom início para as mudanças é parar de reclamar e trabalhar a autorresponsabilidade dos nossos atos. “Quando não temos uma solução para alguma coisa, precisamos entender o que está sob nosso controle. Mas, também, parar de arrumar desculpas e sair da vitimização, assumindo o protagonismo da nossa própria vida; caso contrário, sempre pensaremos que tudo conspira contra nós”, finaliza.