Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) chegou a um consenso quanto à proibição do uso de aditivos nos produtos derivados do tabaco comercializados no Brasil. A pauta volta a ser debatida na próxima reunião pública da Diretoria Colegiada, em março. De acordo com nota da agência, a proposta da Anvisa, quando publicada, dá o prazo de 18 meses para os cigarros com sabor saírem do mercado nacional.
A norma prevê ainda que sejam retiradas dos produtos derivados do tabaco substâncias que potencializam a ação da nicotina no organismo, como acetaldeído, ácido levulínico, teobromina, gama-valerolactona e amônia. Isto porque evidências científicas apontam que muitos desses aditivos aumentam o poder da nicotina, fazendo com que os cigarros fiquem mais viciantes. Esta necessidade ficou ainda mais urgente quando dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontaram que 45% dos fumantes de 13 a 15 anos consomem cigarros com sabor.
Outro ponto abordado pela resolução é proibir a utilização de qualquer expressão que possa induzir o consumidor a uma interpretação equivocada quanto aos teores contidos em todos os tipos de cigarros.
É o caso de termos com ultrabaixo teor, baixo teor, suave, light, soft, leve, entre outros. Essas expressões já são proibidas nas embalagens de cigarro, desde 2001.
Cerca de 600 aditivos são utilizados na fabricação de cigarros e de outros produtos derivados do tabaco. O cigarro contém, em média, 10% da massa composta por aditivos. Entre 2007 e 2010, o número de marcas de cigarros
com sabor, cadastradas na
Anvisa, cresceu de 21 para 40. No Brasil, o tabagismo é responsável pela morte de 200 mil pessoas todos os anos, mas 25 milhões de pessoas ainda são fumantes. (TM)