SAÚDE

Aplicação de injeções deve ser feita por profissional habilitado

Toda medicação pode causar reação anafilática ou alérgica, e farmácias não têm estrutura para oferecer suporte de emergência no caso de uma ocorrência

Publicado em 21/02/2012 às 11:08Atualizado em 17/12/2022 às 08:30
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Por determinação da 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, um estabelecimento do Rio Grande do Sul deve pagar indenização por danos morais a paciente que perdeu a mobilidade de um dos braços após uma injeção. Segundo o Recurso Especial interposto pela mulher, ela recebeu aplicação de uma injeção do remédio Voltaren na região do antebraço esquerdo. Mas as advertências contidas na bula do medicamento não foram observadas. O procedimento resultou na necrose dos tecidos, na deformação da região, perda de parte da função motora do braço lesionado da cliente, que fez diversas cirurgias corretivas. Além disso, o fechamento de uma farmácia este mês, em Campo Grande, onde o dono do estabelecimento estaria aplicando injeções sem ter um curso especializado, chamou a atenção para um perigo à saúde da população e deixou um pergunta no ar: Quem pode aplicar uma injeção?

De acordo com o enfermeiro Paulo André Lacerda Alves, a questão é polêmica, já que toda administração de medicamentos incorre em algum risco à saúde. “Toda medicação é um corpo estranho que, ao ser colocado em nosso organismo, pode causar uma reação intensa, conhecida como reação anafilática. E as farmácias não têm estrutura para oferecer o suporte de saúde de emergência no caso de ocorrências como essa”, revela.

O especialista destaca que, segundo a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 44 de 2009, os estabelecimentos farmacêuticos podem emitir parâmetros fisiológicos através da aferição de pressão arterial ou teste de glicemia e o farmacêutico é habilitado a aplicar medicações desde que ele tenha um curso de aprimoramento nesta área e desde que a farmácia ofereça estrutura física para realizar o procedimento. “Algumas medicações, porém, são de uso e administração exclusivos do ambiente hospitalar. Creio que a falta de cuidado com a administração de alguns medicamentos específicos seja um dos grandes problemas. Sabemos que em muitos estabelecimentos esse algoritmo de cuidados não é seguido à risca”, alerta o enfermeiro.

Por isso, Paulo André Lacerda Alves recomenda que, ao receber a prescrição médica de um medicamento injetável, a população procure um local que possua as condições necessárias para o bom atendimento. “Quando uma pessoa precisa da aplicação de um medicamento, o mais fácil seria que ela fosse até uma unidade de saúde. Porém, quando a pessoa opta por utilizar o serviço da farmácia, ela precisa verificar se há uma sala adequada para a aplicação do medicamento e questionar o profissional farmacêutico a respeito de sua habilitação para administrar esse medicamento. A farmácia deve ter essas informações disponíveis de forma acessível ao cliente”, completa o enfermeiro.

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