Estatísticas demonstram que, hoje, em torno de 15% dos brasileiros sofrem com distúrbios do sono e insônia, sendo que um número significativo dessa população desconhece as...
Estatísticas demonstram que, hoje, em torno de 15% dos brasileiros sofrem com distúrbios do sono e insônia, sendo que um número significativo dessa população desconhece as causas desse problema, que se desenvolve lentamente, provocando importante perda da qualidade de vida. Aliás, durante muito tempo, acreditou-se que o ronco era sinal de bom sono, mas, a partir de pesquisas realizadas na década de 80, descobriu-se que é exatamente o contrário. Aliás, indivíduos que roncam estão mais sujeitos a sofrer de derrame cerebral, infarto do miocárdio, entre outras alterações do organismo.
Atualmente, são inúmeras as técnicas utilizadas para minimizar o desconforto gerador da insônia, segundo a fisioterapeuta Pérola Andrade. “Os estudos dos distúrbios respiratórios do sono, roncos e apneia do sono tornaram-se imperativos nos dias atuais, uma vez que esses problemas estão se tornando cada vez mais comuns na população e suas consequências podem prejudicar a qualidade de vida do indivíduo. A síndrome da apneia obstrutiva do sono é uma doença crônica, progressiva, incapacitante, com alta mortalidade e morbidade cardiovascular. É caracterizada por episódios recorrentes de colabamento das estruturas que compõem a via aérea superior, ocorrendo obstrução parcial ou total à passagem do ar durante o sono”, explica.
A especialista destaca que o ronco, na verdade, constitui a queixa principal da síndrome da apneia, mas nem todo roncador apresenta o problema. “Além do ronco, a síndrome tem como consequência a sonolência excessiva, o risco de acidente de trabalho e de trânsito, déficit cognitivo, alterações de humor, dor de cabeça matinal, hipertensão, ataque cardíaco, obesidade e diabetes, que comprometem a saúde, a qualidade de vida e a taxa de sobrevida dos pacientes”, alerta a fisioterapeuta. Pérola Andrade esclarece ainda que a relação da apneia com outras doenças pode ser explicada de várias formas. “Um dos aspectos é que, quando a pessoa dorme mal, seu sistema nervoso fica hiperestimulado e lança mais adrenalina, o que provoca o aumento da pressão arterial.
A hipertensão está presente em 70 a 90% dos portadores da apneia do sono”, frisa.
Além disso, estudos mostram que 60% das vítimas de AVC ou derrame têm apneia do sono, o que dá uma ideia das consequências do problema para o organismo. “O diagnóstico desta síndrome é feito através do exame clínico e pela polissonografia, que indica o grau de gravidade da patologia. É classificada em leve, moderada ou grave, de acordo com os índices de apneia, como cessação completa, e hipopneia ou redução por hora de sono”, informa a especialista.