Dados da Organização Mundial da Saúde demonstram que 15% a 20% da população mundial é afetada pela artrose e cerca de 70% a 80% da população com mais de 65 anos possui a doença
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) demonstram que 15% a 20% da população mundial é afetada pela artrose e cerca de 70% a 80% da população com mais de 65 anos possui a doença. O número de pacientes cresce após os 75 anos de idade, acometendo 85% desta faixa etária, com evidência clínica e radiológica de artrose. Entre as pessoas com mais de 80 anos, a incidência sobe para praticamente 100%, informa o médico. Além disso, a artrose é a terceira causa de afastamento de trabalho no Brasil, conforme dados de 2010 do Ministério da Previdência Social e do Instituto Nacional de Seguro Social do Governo Federal.
Segundo o ortopedista José Fábio Lana, especialista em Medicina Esportiva e Regeneração Tecidual, as variações metabólicas resultantes da síndrome metábólica, como a resistência à insulina e o aumento dos níveis de glicose, estão intimamente relacionados com a artrose. Resultados de estudos in vitro e in vivo indicam um efeito degenerativo causado por anormalidades lipídicas e glicêmicas no metabolismo da cartilagem.
Para o médico, essas variações metabólicas causam a produção de substâncias pró-inflamatórias, características de um estado inflamatório crônico. “Esse estado inflamatório gera uma série de mecanismos químicos e reações imunológicas que causam a destruição das células da cartilagem. Além disso, o diabetes causa a formação de substâncias chamadas de AGEs – produtos finais de glicação avançada –, que foram associadas a substâncias que causam degeneração da cartilagem. Elas causam aumento da rigidez do colágeno, alterações nas propriedades mecânicas da matriz externa das células e diminuição da síntese de proteoglicanos, importantes células presentes na cartilagem”, explica.
Um recente trabalho publicado em fevereiro de 2014 por pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, referiu-se a uma associação significativa entre a artrose e fatores metabólicos. A pesquisa avaliou 1.502 pacientes com artrose de coluna vertebral e concluiu que as alterações metabólicas elevavam a chance de artrose em até 4 vezes. “O papel dos fatores metabólicos como um mecanismo de degeneração articular tem sido alvo das pesquisas mais atuais na investigação da fisiopatologia da artrose. Os novos desafios nessa linha de investigação científica terão como objetivo a compreensão do mecanismo pelo qual as alterações metabólicas influenciam o metabolismo das articulações. Novos estudos estão surgindo e virão esclarecer a relação e a interação desses fatores metabólicos na artrose”, destaca o ortopedista.