Acordo assinado na terça-feira, 28, pelo Ministério da Saúde e pela Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) estabelece metas nacionais de redução de sódio em temperos, caldos, cereais matinais e margarinas vegetais até 2015.
A estimativa é de retirar do mercado brasileiro de alimentos processados 8.788 toneladas desse mineral até 2020.
Essa é a terceira etapa de um conjunto de acordos firmados desde 2011 e que já estabeleceram a redução de sódio nos seguintes alimentos: macarrões instantâneos, pães do tipo bisnaga, de forma e francês, mistura para bolos, salgadinhos de milho, batata frita e palha, biscoitos e maionese. Somadas todas as etapas, a previsão é de que mais de 20 mil toneladas de sódio estejam fora das prateleiras até 2020.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o brasileiro consome a média de 12 gramas de sódio todos os dias. O valor é quase o dobro do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de menos
5 gramas por dia. Boa parte do consumo de sódio no país, de acordo com o ministério, está associada ao uso de temperos prontos em residências e restaurantes.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, lembrou que o acordo assinado está inserido no Plano Nacional de Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis. “Você conquista a adesão voluntária da indústria a partir de um modelo de monitoramento e garante ao cidadão a opção de ter produtos mais saudáveis”, explicou.
Segundo ele, a própria OMS tem até outubro para estabelecer ações de enfrentamento a doenças crônicas, como a hipertensão, provocada, entre outros fatores, pelo excesso de sódio na alimentação.
Para o presidente da Abia, Edmundo Klotz, os acordos assinados já apresentam resultados significativos. Os números, entretanto, só devem começar a ser quantificados a partir de 2013, já que a indústria tem dois anos para se adequar às novas metas. A lista completa das metas de redução para cada grupo de alimentos pode ser acessada no Portal Saúde. Com relação à margarina vegetal, por exemplo, o acordo prevê redução de 19% ao ano na quantidade de sódio, até 2015. Já o mesmo mineral presente nos cereais matinais deve ser reduzido a 7,5% ao ano até 2013 e a 15% ao ano até 2015.