De acordo com o coordenador da CID-DOTT/HC-UFTM, Ilídio Antunes de Oliveira Júnior, de janeiro a junho de 2010, houve 31% de doações de córneas e 50% de múltiplos órgãos
Minas Gerais comemora aumento na doação de múltiplos órgãos. No primeiro semestre de 2010, o MG Transplantes, instituição responsável pela captação e distribuição de órgãos no Estado, registrou 2.020 doações de pacientes com quadro de morte encefálica. Número superior à soma total do ano passado, que foi 2006 doações, e à de 2008, em torno de 1878. Na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, de responsabilidade da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CID-DOTT) do Hospital de Clínicas da UFTM, houve aumento de 4% nos transplantes em relação ao primeiro semestre de 2009. De acordo com o coordenador da CID-DOTT/HC-UFTM, Ilídio Antunes de Oliveira Júnior, de janeiro a junho de 2010, houve 31% de doações de córneas e 50% de múltiplos órgãos, resultantes de pacientes com morte encefálica. Houve aumento, portanto, de 4% nos transplantes de múltiplos órgãos em relação ao mesmo período do ano passado. Este ano, através do Projeto Vida pela Vida, do HC, foram cadastrados mais 1.152 doadores de medula óssea no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), vinculado ao Instituto Nacional do Câncer (Inca). Um aumento de 50% em relação a 2009. De acordo com o coordenador, em 9 anos de projeto, 9.362 pessoas tiveram o sangue coletado para fazer identidade genética, o que possibilitou 1.063 transplantes de medula no Estado. O maior número de transplantes realizados foi de córneas e rins. “Mas ainda temos uma lista de espera de 3.190 pessoas em Minas Gerais. Em janeiro, eram 2.680 pacientes. Então, esse aumento nas doações representa que 510 pessoas saíram da lista”, afirma Ilídio Antunes. São 64 esperando por medula, 710 por córnea, 1.828 por rins, oito por coração, 48 por fígado, 14 pacientes precisando de transplante de rins e pâncreas e oito de pulmão. “Estatisticamente, isso significa que atendemos além da exigência do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde. São exigidos, no mínimo, 20% de doação de córneas (tivemos 31%) e cerca de 30% de doação de múltiplos órgãos (tivemos 50%). Nosso trabalho na comunidade, de motivar e orientar sobre a doação, tem dado resultado, mas precisamos melhorar”, destaca. Para o coordenador, a orientação é para que as pessoas informem a família de que querem ser doadoras de órgãos e tecidos.