Crianças, adolescentes e adultos costumam enfrentar os estigmas do ambiente em que vivem. Sejam gordinhos, muito magros, baixinhos
Crianças, adolescentes e adultos costumam enfrentar os estigmas do ambiente em que vivem. Sejam gordinhos, muito magros, baixinhos ou muito altos, todos são submetidos ao olhar crítico e às brincadeiras dos colegas, cujos resultados tendem a causar sérios transtornos. A criança pode absorver os rótulos e desenvolver dificuldades na comunicação ou nos estudos, comprometendo a adaptação mental em situações sociais. “Há dificuldade das crianças com baixa estatura grave no convívio com os colegas, não só por bullying. Crianças muito menores que seus pares podem, por exemplo, sofrer lesões em jogos que envolvam esbarrões entre elas. Essas crianças também podem ser tratadas como se fossem mais novas, algumas são até carregadas no colo por seus pais em idades em que isso já não seria um comportamento social aceito”, explica Isabel Madureira, especialista em endocrinologia pediátrica. Segundo a especialista, na idade adulta, indivíduos com baixa estatura grave podem ter dificuldade nas atividades mais simples do dia a dia e até de se adequarem socialmente, como no casamento e no mercado de trabalho. A endocrinologista pediátrica ressalta que o diagnóstico precoce é fundamental, pois em alguns casos os efeitos podem ser revertidos ou minimizados. A deficiência do GH ou hormônio de crescimento, por exemplo, pode ser genética ou adquirida. “A altura é uma característica genética. Em situações de perspectiva de altura final muito baixa, mesmo não decorrentes da deficiência do hormônio de crescimento (GH), como o PIG, a Síndrome de Turner ou a baixa estatura idiopática, o benefício do uso do hormônio tem eficácia comprovada cientificamente”, afirma. Embora os aspectos psicológicos indiquem teoricamente que os pacientes de baixa estatura devam ser encaminhados a consultórios de psicologia, há outros passos prévios que podem identificar o melhor tratamento. “O pediatra e o endocrinologista também têm por domínio auxiliar a família no apoio psicossocial, não só encaminhando os pacientes, mas também aconselhando os envolvidos”, observa Isabel.