No Brasil, estima-se que cerca de 18 milhões de pessoas sofrem com a Síndrome do Olho Seco, a segunda maior causa de atendimento nos consultórios oftalmológicos, ficando atrás apenas da refração. Irritação, olhos vermelhos, sensação de areia nos olhos, interferências na qualidade da imagem e ardência são os sintomas mais frequentes nesta época do ano. Isto porque o clima favorece a concentração da poluição no ar, fator que acentua problemas oculares.
Cerca de 10% da população mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), sofre das alterações e apesar disso, é um problema de difícil diagnóstico, já que, segundo especialistas, ele pode ser confundido com outras condições, como infecções ou alergias simples. O excesso de lágrimas causadas por choro, tempo frio, poluição, uso excessivo de computadores, entre outros fatores, também podem causar estes sintomas. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a temperatura tem variado entre 29º e 31º e a umidade relativa do ar registrada em Uberaba é de 18%, ou seja, bem abaixo do recomendável para a saúde, que é de pelo menos 60%.
O olho seco é o que mais tem movimentado os consultórios nas últimas semanas. “Sensação de areia nos olhos, olho vermelho, ardendo e coçando constantemente. Características bem típicas de olho seco e há algumas pessoas até que sofrem uma baixa de visão por causa do período seco, independente de serem crianças ou adultos”, destaca o oftalmologista Joaquim Pereira Paes. Nestes casos ele recomenda o uso de lubrificantes, mas cada caso exige uma avaliação médica.
O especialista lembra ainda que é importante o uso do óculos de sol para proteger a visão dos raios desta época. “Cada vez mais a radiação ultravioleta chega até nós e essa radiação contribui para a formação de catarata e de uma série de problemas na retina. E as pessoas acham que os óculos é um luxo, mas não, é uma questão de necessidade. Todos, na verdade, deveriam usar”, revela o oftalmologista.
No entanto, ele alerta que não é qualquer óculos. É grande a variedade de modelos, cores, preços e lugares onde se encontram óculos de sol, mas nem todos são indicados para proteger os olhos, principalmente a retina. “Tem que ter proteção UVA e UVB, pois passam por todo um sistema de avaliação antes de chegarem às óticas. Até a criança deve utilizar para proteger os olhos que ainda estão em desenvolvimento”, frisa Paes. E ele recomenda evitar coçar os olhos neste tempo seco, pois a coceira com o olho pouco lubrificado gera o risco de lesionar a córnea. “A deformação dessa área do olho causa o aparecimento de astigmatismo, doenças como ceratocone, doença inflamatória degenerativa do olho”, afirma.