A taxa de umidade relativa do ar por volta dos 35% a 37% tem levado cada vez mais pessoas, sem restrição de idade, aos consultórios oftalmológicos atacados por alergias e conjuntivites. Isto porque no inverno os olhos ficam mais vulneráveis ao tempo seco. A síndrome do olho seco, por exemplo, se manifesta quando falta lubrificação adequada aos olhos, consequência de pouca quantidade de lágrimas ou pela má qualidade delas, sendo também responsável por uma parte significativa dos desconfortos oculares que se evidenciam no período da seca.
O oftalmologista Joaquim Pereira Paes explica que o olho seco é o que mais costuma se manifestar entre a população nesta época do ano. “Sensação de areia nos olhos, olho vermelho, ardendo e coçando constantemente. Características bem típicas de olho seco e há algumas pessoas até que sofrem uma baixa de visão por causa do período seco, independente de serem crianças ou adultos”, destaca. Há ainda vermelhidão, embaçamento da visão, lacrimejamento excessivo e até intolerância às lentes de contato, para os quais ele recomenda o uso de lubrificantes, mas somente após avaliação médica. Isto porque além de aspectos ambientais, o uso de alguns medicamentos também podem reduzir a quantidade de lágrimas.
Outra recomendação do profissional é evitar coçar os olhos neste tempo seco, pois a coceira com o olho pouco lubrificado gera o risco de lesionar a córnea. “A deformação dessa área do olho causa o aparecimento de astigmatismo, doenças como ceratocone e doença inflamatória degenerativa do olho”, afirma o oftalmologista.
O especialista lembra ainda que durante este período do ano é muito importante o uso do óculos de sol para proteger a visão dos raios desta época. “Cada vez mais a radiação ultravioleta chega até nós e essa radiação contribui para a formação de catarata e de uma série de problemas na retina. E as pessoas acham que os óculos são um luxo, mas não, é uma questão de necessidade. Todos, na verdade, deveriam usar”, revela.
No entanto, Joaquim Paes alerta que não podem ser quaisquer óculos. É grande a variedade de modelos, cores, preços e lugares onde se encontram óculos de sol, mas nem todos são indicados para proteger os olhos, principalmente a retina, a estrutura mais sensível do olho. “Tem que ter proteção UVA e UVB, pois passam por todo um sistema de avaliação antes de chegarem às óticas. Até a criança deve utilizar para proteger os olhos que ainda estão em desenvolvimento”, frisa Paes.
Conjuntivite. As principais dicas para proteger os olhos das conjuntivites, também comuns nesta época do ano, de acordo com o especialista, é lavar as mãos, evitar ar-condicionado, alimentar-se de frutas e verduras ricas em vitaminas A e E. E em caso de olhos contaminados, limpar com lenços descartáveis, não usar a mesma toalha de rosto, evitar o uso de lente de contato e descartar as que estavam usando para que não haja recontágio. Joaquim Paes afirma que se não tratada gera úlceras, possivelmente perfuração do olho e desde a formação de cicatrizes até a perda de visão.