Bruxismo revela ansiedade e estresse

Segundo pesquisa da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais, pessoas perfeccionistas, contidas e estressadas têm maior probabilidade de desenvolver um problema conhecido como bruxismo, que nada mais é do que ranger os dentes durante a noite, ou briquismo, quando o hábito é diurno. O atrito entre os dentes gera dores nas articulações, de cabeça, desgaste do esmalte, problemas gengivais, mobilidade dental ou disfunção nas articulações do rosto.   Para o cirurgião-dentista Marcos Eugênio Dias Nunes, o hábito surge porque o organismo tenta desgastar os dentes, buscando reaver a posição de equilíbrio dentário, nos casos em que os dentes não se encontram na posição de conforto ideal. “Algumas pessoas têm a tendência de descarregar nos dentes as preocupações e emoções, como estresse, ansiedade, depressão ou medo”, explica. Ele lembra que esses fatores psicológicos intensificam o quadro, mas não são as causas.   O especialista destaca que os sintomas são sensibilidade nos dentes, perda de esmalte, escurecimento nos dentes, mobilidade e perda de dentes, problemas na articulação por contatos irregulares sem a correta distribuição da carga mastigatória, além de alguns vícios da língua.   Ao perceber qualquer das características, é recomendável procurar a avaliação de um dentista. “O uso de placas miorrelaxantes, fisioterapia, tratamentos ortodônticos, terapia com psicólogos e fonoaudiólogos podem ser armas para combater esta doença”, declara Nunes.   Prevenção. Segundo o cirurgião-dentista, o bruxismo ou briquismo podem ser evitados com o tratamento do mal posicionamento dos dentes e atividades que sirvam como válvula de escape para o estresse. “Quando não o dissipamos, quer através de atividades de lazer, sem exagero, quer esquecendo-o, aparecem sérios problemas em nosso corpo e mente. Por isso, devemos observar, além dos problemas de desequilíbrios dentais, a parte emocional, indicando tratamento complementar”, completa Nunes.