Fernanda Magalhães explica sobre o efeito platô, os riscos e resultados das canetas para emagrecer (Foto/Divulgação)
Medicamentos como Ozempic, Wegovy, Mounjaro e Rybelsus vêm sendo cada vez mais utilizados no combate à obesidade, com resultados expressivos na perda de peso. Embora tenham sido desenvolvidos inicialmente para o tratamento do diabetes tipo 2, estudos clínicos revelaram sua eficácia também em pessoas não diabéticas. A endocrinologista Fernanda Magalhães explica que o tratamento ajuda na perda de peso, no controle da glicose, do colesterol, da pressão arterial e até na redução do risco de câncer, desde que aliado a mudanças no estilo de vida.
Segundo a médica, pessoas sem diabetes tendem a perder mais peso com esses remédios. A perda média com o Mounjaro, por exemplo, chega a 23%. No entanto, o custo elevado – entre R$1.400 e R$3.600 – torna o acesso restrito. Além disso, todos exigem prescrição médica controlada.
Fernanda Magalhães reforça que obesidade não se resume à balança. Exames como bioimpedância ajudam a identificar casos de alto percentual de gordura mesmo em pacientes com IMC normal. Ela alerta também para o chamado “efeito platô”, quando o corpo se adapta e o medicamento perde efeito, sendo necessária a reavaliação médica.
Em relação ao uso, Fernanda Magalhães alerta que não adianta apenas aplicar a caneta ou tomar o comprimido sem mudar os hábitos de vida. Esses medicamentos reduzem o apetite e o esvaziamento gástrico, mas a manutenção do peso depende de reeducação alimentar e atividade física. A médica também chama atenção para os efeitos colaterais, como náusea, diarreia ou constipação, que em alguns casos podem levar à suspensão do tratamento. O Mounjaro, segundo ela, tende a provocar sintomas mais leves, por atuar em dois hormônios — um deles, inclusive, com ação que ameniza a náusea.