Especialistas dizem que a demência afeta pessoas em todos os países, sendo que, nas regiões mais pobres, as principais vítimas são as que têm mais de 50 anos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos 35,6 milhões de pessoas no mundo sofrem com problemas decorrentes de demência mental, mas esse número tende a aumentar consideravelmente nos próximos anos. Conforme estimativas do órgão internacional de saúde, até 2030 esse número pode chegar a 65,7 milhões, e até 2050, para mais que o triplo, em torno de 115,4 milhões de pessoas.
Segundo o geriatra Guilherme Rocha Pardi, infelizmente ainda não existe uma forma clara de proceder a prevenção das doenças consideradas pertencentes ao espectro da demência mental. “Mas o que ainda sabemos é que manter uma alimentação saudável, ingerindo pouca carne vermelha, e fazer uma atividade física regular ajudam na prevenção. E o emocional também influencia bastante. O ideal é ficar longe do estresse, da angústia, de sentimentos negativos, como remorso e vontade de vingança, e manter o nível intelectual, pois quanto mais se estuda menor a chance de uma pessoa desenvolver demência”, revela o médico.
A demência é uma síndrome de natureza crônica, causada por uma diversidade de doenças mentais, que afetam em geral a memória, o raciocínio, o comportamento e a capacidade de fazer atividades cotidianas. O mal de Alzheimer é apontado como a causa mais comum de demência, respondendo por 70% dos casos. O geriatra Guilherme Pardi destaca que, para esses casos, é muito importante manter ativo o convívio social do portador de demência. E explica que fazem parte de uma atividade intelectual estimulante e saudável a dedicação diária a jogos, leituras e até hobbies. “Isto porque geralmente, quando a maioria das pessoas recebe o diagnóstico de um familiar com demência, é comum superprotegê-lo, fazendo tudo para ele, mas não deve ser assim. O ideal é deixar a pessoa fazer, na medida do possível, o que ela conseguir”, frisa Pardi.
As doenças caracterizadas por demência mental geram gastos de aproximadamente US$ 604 bilhões por ano no mundo. Para a OMS, o tratamento da demência deve ser prioridade de saúde pública, isto porque a sociedade, segundo Pardi, não está preparada para esse aumento. Ele afirma que faltam cuidadores preparados e políticas públicas que correspondam às necessidades que se anunciam. De acordo com a OMS, apenas oito países desenvolvem programas públicos de tratamento desses problemas. “Uma questão importante é a sociabilização. Descobriu-se que a pessoa que tem convívio social em instituições como Unidade de Atendimento ao Idoso (UAI) geralmente está protegida contra as demências”, completa o geriatra Guilherme Rocha Pardi.