Um milhão de brasileiros vão sofrer algum tipo de fratura este ano por causa da osteoporose. A doença, que atinge dez milhões de pessoas no Brasil, principalmente mulheres
Thassiana Macedo
Um milhão de brasileiros vão sofrer algum tipo de fratura este ano por causa da osteoporose. A doença, que atinge dez milhões de pessoas no Brasil, principalmente mulheres, resulta da carência de cálcio no organismo e a forma mais visível é o jeito de andar curvado de pessoas mais velhas. Segundo o Ministério da Saúde, um terço das mulheres entre 60 e 70 anos sofre com a Osteoporose. Esse número sobe para dois terços entre as mulheres com mais de 80 anos.
A osteoporose é agravada por fatores genéticos e por uma série de problemas relacionados ao estilo de vida, como o sedentarismo, alimentação inadequada, fumo, álcool, café em excesso, entre outros. “É bem mais barato prevenir a osteoporose e uma das medidas de prevenção consiste no fornecimento de cálcio aos ossos nas quantidades que eles necessitam diariamente”, afirma Rogério Vidal de Lima, ortopedista especializado em Cirurgia de Colunas.
As fraturas decorrentes da osteoporose comprimem os ossos frontais da coluna vertebral, resultando num aumento anormal da curvatura da espinha torácica, provocando a cifose, popularmente chamada de corcunda. “A dor é intensa e uma das formas de acabar com o problema é a cifoplastia, procedimento minimamente invasivo que proporciona alívio quase imediato. A técnica permite a correção da deformidade. A cifoplastia é normalmente realizada com anestesia local”, destaca.
O médico faz uma pequena incisão nas costas do paciente e com a ajuda de imagens de raio X em tempo real, um processo chamado fluoroscopia leva um tubo fino até a vértebra fraturada. Através desse tubo, o médico faz uma perfuração na parte externa e dura do osso, até atingir o centro, que é mais macio. Assim, o médico constrói uma passagem estreita, pela qual insere no interior da vértebra um pequeno balão especial, que é inflado. Ao se encher, o balão alavanca as porções do osso, que caíram ao quebrar, colocando-as de volta às suas posições originais.
“O objetivo é fazer a vértebra retornar à sua forma natural. O balão é, então, esvaziado e retirado, deixando em seu lugar uma cavidade, que o médico preenche com cimento ósseo de secagem rápida”, esclarece Lima. O procedimento dura de 30 a 40 minutos. Depois disso, o paciente permanece deitado por cerca de duas horas. Após esse período, levanta-se e caminha pelo próprio quarto. Depois de passar a noite no hospital, ele pode voltar às suas atividades normais. “O quadro é animador, especialmente para pacientes que desenvolveram uma deformidade cifótica significativa.
A cifoplastia oferece, no mínimo, a oportunidade de reverter algumas das deformidades associadas a essas fraturas”, completa o ortopedista.