Discriminações que humilham crianças e adolescentes são práticas cada vez mais comuns nas escolas.
Ofensas, perseguições ou mesmo discriminações que humilham crianças e adolescentes são práticas cada vez mais comuns nas escolas. Uma pesquisa recente mostra que em torno de 66% dos alunos brasileiros cometeram ou sofreram bullying. As intimidações constantes passam de brincadeiras inocentes para causar sérios danos psicológicos. E geralmente são as características físicas os principais alvos de quem pratica o bullying. Em tempos modernos, onde a cirurgia plástica é confundida com perfeição e a imagem correta promove não apenas o aumento da autoestima, mas a inserção do indivíduo na sociedade, os adolescentes também têm seus motivos para estar nos consultórios dos cirurgiões plásticos. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, os adolescentes são responsáveis por 13% das plásticas realizadas no país e esse número não se refere apenas a problemas infundados de autoimagem. Para o cirurgião plástico Kaissor Saad, crianças e adolescentes também estão avançados quanto aos conceitos estéticos. “Pintam a unha, vão ao salão e se identificam em tribos mais cedo. E hoje um indivíduo com orelha em abano não se aceita. Antigamente, os pais não davam tanta importância, mas passamos a operar crianças a partir dos 8 anos”, destaca. O volume das mamas é um dos maiores incômodos das meninas. “Adolescentes em torno dos 17 anos procuram a prótese de mama quando sofrem de hipomastia, ou seja, não têm mama como as amigas. Mas atualmente as meninas levam em consideração o padrão das americanas. O design de roupas pede seios grandes”, afirma Saad. Mas ele destaca que a cirurgia para redução é aconselhada a partir dos 14 anos, para evitar e corrigir problemas de coluna e de má postura e, ainda, a formação de estrias, que surgem com o crescimento da pele. A modernidade também influenciou decisivamente no planejamento de vida das mulheres. Querem seguir os padrões cada vez mais cedo e decidem ter filhos cada vez mais tarde. Por isso, Saad explica que as próteses não oferecem qualquer dificuldade. “Existe uma prótese que a mulher pode trocar, se quiser, após 20 anos de uso, pois possui sete camadas de proteção. E se ela romper, não há risco de vazamento, já que não é mais líquida. Além disso, não interfere na amamentação, sendo colocada debaixo da glândula mamária ou mesmo debaixo do músculo peitoral. A mulher pode amamentar, com ou sem a prótese. De acordo com o especialista, outro inimigo dos adolescentes costuma ser o nariz, pelo seu formato, tamanho ou por problemas funcionais. Essas correções podem ser feitas a partir dos 15 anos. O que aparentemente não passa de capricho pode transformar a vida de jovens, elevando a autoestima e desfazendo traumas.