Especialistas revelam que a doença ainda não desapareceu por completo e exigem a mesma atenção de antes. Mesmo com o verão, o problema voltou a incomodar Minas Gerais
Parece distante e quase foi esquecida depois que o susto da pandemia de gripe H1N1 atingiu cerca de 207 países e infectou aproximadamente 200 mil pessoas em 2009. Mas especialistas revelam que a doença ainda não desapareceu por completo e exigem a mesma atenção de antes. Mesmo com o verão e suas mudanças, o problema voltou a incomodar Minas Gerais. A doença matou mais de 1.600 pessoas no Brasil, sendo 145 somente em Minas, e 12.220 em todo o mundo. Embora o pico de contágio pareça ter passado, no início deste ano, já foram confirmadas no Estado duas mortes causadas pela doença. De acordo com o gerente da Gerência Regional de Saúde em Uberaba (GRS), Carlos Antônio Alves Farah, foi notificado apenas um caso de suspeita de gripe H1N1 na região. “No dia 6 de janeiro, a GRS recebeu notificação de Araxá de um motorista de 54 anos com suspeita. O material já foi coletado e esperamos receber o resultado o mais rápido possível, embora em torno de 18 resultados do ano passado ainda não tenham chegado”, afirma. Segundo a coordenadora do Núcleo de Epidemiologia da GRS, Mirlei Azambuja, assim que o paciente foi internado, o médico suspeitou que poderia ser a nova gripe e a coleta foi encaminhada à Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte. “A GRS espera receber o resultado ainda esta semana”, completa. Se o resultado for positivo, a estratégia será a mesma do ano passado. “O Comitê Municipal de Enfrentamento à Influenza A (H1N1) continua funcionando, constituído por técnicos em constante contato com outros comitês. E quando recebemos novas informações do Ministério da Saúde sobre qualquer mudança no protocolo de vigilância, repassamos aos coordenadores de Vigilância Epidemiológica de cada município”, declara Mirlei. Em Araxá, há um comitê implantado e a estratégia agora será investir nas ações de educação e de orientação aos médicos para que prestem atenção a casos suspeitos. Em Uberaba, desde o ano passado, o Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) é referência no atendimento a suspeitas da nova gripe, com um esquema de leitos de isolamento preparados nos setores infantil, adulto e pronto-socorro. Segundo a diretora clínica do Hospital de Clínicas, a infectologista Cristina Hueb Barata, os leitos poderão ser ativados somente quando houver caso de suspeita, senão, permanecem para uso das demandas do HC. Casos. Na cidade, foram 21 casos confirmados de gripe suína em 2009. E foram sete mortes provocadas pela doença. Na região foram confirmados 58 casos de gripe suína e 13 óbitos provocados pela doença.