Até sábado, dia 30, é comemorada a Semana Nacional do Doador Voluntário de Sangue. Gesto é lembrado no país em agradecimento
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O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, doa sangue no lançamento da Campanha Nacional
Até sábado, dia 30, é comemorada a Semana Nacional do Doador Voluntário de Sangue. O gesto é lembrado em todo o país em agradecimento aos milhares de doadores que contribuem anualmente com essa ação de solidariedade. Segundo o Hemocentro Regional de Uberaba, em média, são feitas mais de 1.200 coletas de sangue e 1.600 transfusões de hemocomponentes por mês. Também, mensalmente, são cadastrados em torno de 170 candidatos à doação de medula óssea. Isso corresponde a quase 14 mil e 500 doações e mais de 19 mil transfusões, bem como aproximadamente mais de 2 mil pessoas se candidatando a salvar portadores com doenças do sangue em Uberaba e região.
No entanto, no Brasil, apenas 2% da população doa sangue, enquanto o ideal é chegarmos pelo menos à marca de 5%. Para a hematologista Elenice Deffune, ainda falta conscientização para a doação de sangue voluntária no país. “Há necessidade de se investir na conscientização do doador para que o indivíduo vá doar independentemente da solicitação. O que vemos é que a população brasileira responde bem à solicitação, mas espontaneamente ainda é necessário melhorar os programas de captação para que as pessoas coloquem em sua agenda pessoal que uma vez a cada dois ou três meses elas podem fazer a sua doação de sangue”, afirma.
Para ela, isso acontece porque o tema doação de sangue não consta no currículo do Ensino Fundamental e Médio. “Então, existe essa deficiência na Educação Básica e, consequentemente, também no Ensino Universitário. Isso é uma questão de educação mesmo. A criança deveria ter o conhecimento do que ela deve fazer para ter um sangue bom, ou seja, ter uma alimentação correta e higiene corporal. Na adolescência, o foco deveria ser a proteção com camisinha e contra o uso de álcool, drogas e o tabagismo, tudo isso para promover uma boa qualidade do sangue. Na juventude, focar a promoção dos atos de solidariedade espontâneos”, completa.
A hematologista ressalta que essa deficiência também pode ser explicada por falhas na formação do núcleo familiar brasileiro, da globalização desenfreada, que leva as pessoas a dar mais valor ao “ter” do que ao “ser”.