A constipação intestinal, ou intestino preso, é muito comum em crianças. Entre as causas estão fatores como alimentação irregular, uma tendência familiar ou mesmo um erro no treinamento da evacuação da criança. A constipação nada mais é do que a dificuldade de evacuar, geralmente associada à dor e necessidade de grande esforço, com a presença de fezes endurecidas. Segundo o pediatra Adiron Ribeiro Neto, por medo da dor, a criança evita evacuar devido ao desconforto, o que agrava ainda mais o problema. “O erro está geralmente em forçar a criança, não deixando o treinamento fluir no tempo dela. A criança pode traumatizar ao fazer a primeira evacuação constipada, dura, que dói. Ela vai se lembrar disso sempre e vai tentar não eliminar mais”, explica. Uma alimentação rica em fibras e muita ingestão de líquidos são soluções preventivas contra a constipação intestinal, de acordo com o especialista. “E isso se ensina na fase certa. Se ela não aprender no início, precisa ir para a correção, quando é mais difícil. É como o adulto que não tem o hábito de comer corretamente por conta de diabetes, hipertensão, dieta e mesmo prisão de ventre e não consegue mudar”, alerta Ribeiro. Pesquisa recente verificou que as mães de crianças com constipação crônica sabem que a alimentação é importante no tratamento do problema, mas poucas realmente incluem as fibras na alimentação dos pequenos. Frutas, legumes, verduras, farelo de trigo, aveia, em especial mamão, laranja com bagaço, azeite de oliva, evitando sempre dar para as crianças frituras, sucos industrializados, massas, pães e refrigerantes, fazem parte de uma alimentação correta para se prevenir a constipação intestinal infantil. Caso a criança esteja com dificuldade para evacuar, o especialista destaca que, para tornar as fezes secas em macias, aplica-se um miniclister, que é uma bisnaga introduzida via retal, que facilita a evacuação. “Se a criança aceitar, isso é feito associado a uma alimentação à base de fibras vegetais; se ela não aceitar, existem fibras em pó, sem gosto, que podem ser colocadas no leite para a criança”, completa Ribeiro. Não faça uso de medicação por conta própria, pois pode mascarar sintomas importantes que estejam associados a outras doenças mais graves. Nem force a criança a eliminar as fezes duras de forma dolorosa, quando poderia ser de outra maneira.