SAÚDE

Consumo durante a gestação é a causa da síndrome alcoólica fetal

Doença produz desde problemas cardíacos até deficiências importantes de cognição e aprendizado, e por isso não existem níveis seguros de ingestão de bebidas alcoólicas

Thassiana Macedo
Publicado em 05/09/2014 às 18:53Atualizado em 17/12/2022 às 04:16
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A síndrome alcoólica fetal, conhecida pela sigla SAF, é uma condição que resulta da exposição ao álcool durante a gravidez. Os problemas que podem ser causados ​​pela síndrome alcoólica fetal incluem deformidades físicas, retardo mental, distúrbios de aprendizagem, dificuldades de visão e problemas de comportamento. Os problemas podem variar de criança para criança, mas os defeitos causados ​​pela SAF são irreversíveis.

De acordo com o psiquiatra Luciano Pereira de Oliveira, esta é uma síndrome gestacional que provoca diversas complicações no desenvolvimento fetal. “A doença produz desde problemas cardíacos até deficiências de cognição e aprendizado, e não existem níveis seguros de consumo de álcool. Mulheres em idade fértil e sexualmente ativas devem usar métodos anticonceptivos seguros se desejam consumir bebidas alcoólicas em qualquer quantidade”, alerta.

O consumo de álcool durante a gravidez é uma questão polêmica, porque, embora a abstenção total de bebidas seja a recomendação do Ministério da Saúde e dos médicos, na prática, muitas grávidas sempre acabam ouvindo de alguém que um pouquinho de cerveja aqui ou uns golinhos de vinho ali não fazem mal nenhum. “Pleiteia-se que o consumo de pequenas quantidades é menos nocivo que o consumo de grandes quantidades, mas qualquer quantidade implica risco. Por isso, entre as gestantes é fundamental cortar totalmente o consumo de álcool”, ressalta o médico.

A questão é que o álcool contido em vinhos, cervejas, cachaças, drinques com frutas, uísque e outras bebidas passa facilmente através da placenta para o feto em desenvolvimento, que pode nascer com problemas motores, físicos e mentais, ou de comportamento.

O psiquiatra Luciano Pereira recomenda, ainda, que o diagnóstico precoce pode ajudar a reduzir os efeitos e tratar rapidamente as complicações mais graves. “O desenvolvimento neuropsíquico será dependente da natureza e da extensão do dano, bem como dos estímulos favoráveis e do cuidado peri e neonatal, ou seja, durante a gestação e após o parto”, completa.

O assunto será tema do 4º Simpósio de Atualização em Saúde Mental e Psiquiatria da Infância e Adolescência do Hospital de Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), que contará com a participação da conferencista internacional Diane Black, presidente da European Fetal Alcohol Spectrum Disorders Alliance, entidade que atua na prevenção dos Transtornos do Espectro Alcoólico e da síndrome alcoólica fetal. O evento está marcado para este sábado, dia 6, na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.

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