Coronavírus é detectado no sêmen de homens infectados em estudo chinês

O novo coronavírus foi detecado no sêmen de pacientes chineses com a Covid-19 em análise conduzida por médicos do Hospital Municipal de Shangqiu, na China. Os resultados do estudo foram divulgados na última semana no periódico científico Jama. As informações são da Revista Galileu.

A descoberta contradiz um estudo publicado no fim de abril no periódico Fertility & Sterility. A pesquisa, também baseada em testes de esperma de pacientes chineses, não encontrou indícios do novo coronavírus no sêmen de um grupo de homens que testou positivo para a Covid-19.

Dos 38 pacientes que tiveram o esperma testado, seis apresentaram traços de Sars-CoV-2 no fluido - uma taxa de quase 16%. "Mesmo que o vírus não possa se replicar no sistema reprodutor masculino, ele pode sobreviver [nesta área do corpo], possivelmente por conta da imunidade privilegiada dos testículos", escreveram os pesquisadores no estudo.

Como ainda não se sabe se a Covid-19 é sexualmente transmissível, os especialistas recomendam a abstinência sexual ou o uso de preservativos para evitar a transmissão do Sars-CoV-2. "Evitar o contato com a saliva e o sangue do paciente pode não ser suficiente, uma vez que a sobrevivência do Sars-CoV-2 no sêmen de um doente em recuperação mantém a probabilidade de infectar outras pessoas", pontuaram os cientistas.