A corrida tem ganhado cada dia mais praticantes, adeptos tanto do exercício ao ar livre quanto dentro das academias. Isto porque o esporte oferece benefícios como corpo mais saudável...
A corrida tem ganhado cada dia mais praticantes, adeptos tanto do exercício ao ar livre quanto dentro das academias. Isto porque o esporte oferece benefícios como corpo mais saudável e escultural, sem que seja necessário grande investimento em equipamentos. De acordo com estudiosos das Sociedades Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e de Cirurgia de Joelho, uma hora de corrida, a 11 quilômetros por hora, por exemplo, é capaz de queimar cerca de 700 calorias. Porém, o esporte requer cuidados para evitar lesões, principalmente nos joelhos.
Segundo o ortopedista, especialista em Medicina Esportiva e Regeneração Tecidual, José Fábio Lana, o impacto de cada passada numa corrida impõe aos joelhos uma sobrecarga que chega a cinco vezes o peso do corpo do praticante. Sendo que com o tempo, se não houver o preparo adequado da musculatura dos membros inferiores, o joelho passa a sofrer um processo de desgaste, levando a lesões meniscais e cartilaginosas. “Por consequência, a maioria das dores crônicas no joelho impede a atividade diária, a realização de exercícios físicos ou esportivos e acaba trazendo problemas à qualidade de vida ou o agravamento de doenças já instaladas. Indiretamente, a dor no joelho aumenta o acúmulo de gordura abdominal, facilitando o aparecimento da obesidade e seus efeitos, como aumento da pressão arterial e excesso de açúcar no sangue”, explica.
Atividades físicas intensas e sem pausa para descanso, além do descuido na hora de carregar objetos pesados são causas de deslocamentos laterais e giratórios que podem provocar a compressão e o desgaste dos joelhos. A diferença da prática de corrida em esteira ou rua está tanto no tipo de piso, como nos riscos de cada um. O asfalto gera maior impacto aos joelhos, enquanto que a esteira tem melhor absorção, mas irregularidades podem levar a entorses. Na rua, o percurso é composto por subidas e descidas que interferem nos músculos envolvidos e nas forças que agem nos joelhos.
Desgastes. O especialista esclarece que o desgaste é natural e faz parte do envelhecimento, no entanto maus hábitos podem acelerar esse processo que compromete a elasticidade dos movimentos e a capacidade de adaptação aos esforços do dia a dia. “O acúmulo de lesões associado a uma menor capacidade de recuperação e de cicatrização, próprio de quem passou dos 40 anos, podem causar lesões maiores e deslocamentos do menisco dentro do joelho. O resultado é dor, inchaço e a sensação de que o joelho começa a falhar. Em curto prazo, a cartilagem passa a ser desprotegida e as forças causadas pelo peso da pessoa ao caminhar danificam ainda mais a estrutura”, afirma Lana. Hoje, esta é a principal causa da artrose do joelho. Com equilíbrio muscular, programa de treinamento com acompanhamento profissional e um bom tênis são fundamentais para o esporte.