Cresce número de casos de sífilis em Uberaba em relação a 2010

Sexo seguro, através do uso do preservativo; pré-natal e tratamento adequado podem interromper a transmissão da doença

15 de outubro é Dia Nacional de Combate à Sífilis e, para marcar a data em Uberaba, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) decidiu realizar capacitação das equipes profissionais que trabalham nas unidades de saúde do município. O curso é voltado a técnicos, enfermeiros e médicos, porque, de acordo com o banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan/NET), de janeiro a 14 de outubro de 2010 foram notificados 19 casos da doença, sendo sete de sífilis congênita, onze de gestantes e um de sífilis adquirida. Enquanto que, no mesmo período de 2011, foram informados para investigação sete casos de transmissão de mãe para feto, 13 em gestantes e outras pessoas podem ter adquirido a doença.

E a faixa etária da maioria é de 20 a 39 anos.

Segundo a coordenadora do Departamento de Vigilância Epidemiológica, Eliane Damasceno, o objetivo é sensibilizar profissionais a respeito do assunto, para que eles se tornem agentes de educação em saúde no dia-a-dia das unidades, especialmente para prevenir os casos de sífilis congênita. “Vamos pedir para que os profissionais intensifiquem no dia-a-dia das unidades as ações de educação em saúde e prevenção, na próxima semana”.

De acordo com Fernando

Abdanur, médico do departamento de Vigilância Epidemiológica da SMS, o crescimento do número de casos de sífilis em Uberaba, especialmente a do tipo congênita, que é quando a mãe passa para o filho durante a gravidez, demonstra que ainda há muitas mulheres que não realizam o

pré-natal, única maneira de prevenir a transmissão da doença para a criança. “Nas pessoas que têm vida sexual ativa, a prevenção acontece através do uso de preservativo e da realização do teste VDRL, pelo menos uma vez ao ano, principalmente os grupos de risco. O exame é gratuito, através do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA)”, alerta. O teste é simples, bastando apenas a coleta de amostra de sangue.

Eliane Damasceno destaca que o Ministério da Saúde considera que municípios do porte de Uberaba podem ter no máximo um caso para cada 100 mil habitantes. “Porém, o município tem ultrapassado esse índice.

Observamos que isso acaba sendo uma falha no acompanhamento pré-natal, seja por parte das gestantes, que não estão procurando a assistência para realizar os exames preventivos; seja por falta de os profissionais estarem mais alertas para a necessidade de solicitar o teste”, reforça.

A coordenadora frisa que faz parte da luta contra a doença promover campanhas que incentivem sexo seguro, através do uso do preservativo; a realização do pré-natal e tratamento adequado da doença para interromper a transmissão.