Baixo rendimento, troca de fonemas durante a fala e distração constante podem ser indícios de dificuldades de audição em fase escolar
Baixo rendimento na escola, troca de fonemas durante a fala e distração constante podem ser indícios de dificuldades de audição em crianças em fase escolar. E o problema é mais comum do que se imagina. A criança pode não participar das aulas por não conseguir assimilar o conteúdo ensinado pelo professor e simplesmente porque ela não escuta bem.
Segundo a fonoaudióloga Marcella Vidal, com dificuldades para ouvir, a criança não aprende direito. Além disso, pode ter problemas de relacionamento com colegas e apresentar distúrbios de comportamento, como a falta de concentração ou retraimento excessivo. “O que preocupa é que depois do teste da orelhinha, feito em recém-nascidos para identificar possíveis problemas auditivos de nascença, os pais geralmente não pensam mais no assunto. Muitas crianças em idade escolar podem ter infecções – como a otite – que acabam causando déficit auditivo”, lembra.
Resfriados constantes, dificuldade de respiração, caxumba, meningite, uso frequente de remédios ototóxicos, entre outros fatores, podem causar a perda de audição, que pode variar entre grau leve, moderado ou severo. “Quanto maior a perda auditiva, maiores os prejuízos no aprendizado escolar. Médicos e fonoaudiólogos chamam a atenção para a necessidade de um diagnóstico precoce, que garanta à criança o desenvolvimento normal. Por meio do exame audiológico é possível verificar se a criança apresenta problemas de audição. Durante a audiometria, o fonoaudiólogo detecta o grau e o tipo de perda auditiva”, explica.
A especialista destaca que em bebês e crianças pequenas a deficiência auditiva, dependendo do grau de surdez, pode causar atraso no desenvolvimento da linguagem. Com isso, a criança pode ter dificuldade na fala, com reflexos na escrita e no aprendizado em geral. “Os prejuízos são imensos. O problema afeta o convívio com parentes, professores e colegas. O futuro dessas crianças poderá ser limitado, ou não, se os pais agirem com rapidez na busca de tratamento. Os pais de crianças com suspeita de problemas auditivos devem agir rapidamente, buscando a ajuda de um médico otorrinolaringologista e até mesmo um serviço especializado para obter orientações sobre como desenvolver as potencialidades de seus filhos e não tratá-los de forma diferente. Quando não existe a possibilidade de cirurgia, o uso de aparelhos auditivos e dispositivos resolve o problema”, completa a fonoaudióloga Marcella Vidal.