Somente neste ano, um único laboratório de Uberaba já registrou mais de três mil pedidos de exames de dosagem da vitamina D
Sabin
Márcia Bedin revela que a vitamina D é adquirida através da exposição à luz solar, especialmente raios UVB
Câncer, hipertensão, diabetes, derrames, distúrbios psiquiátricos, lúpus e esclerose múltipla são algumas das complicações de saúde que podem ser facilitadas pela deficiência da vitamina D. De maneira direta, a osteopenia e a osteoporose, ambas doenças que atingem a estrutura óssea do corpo humano, estão relacionadas à falta da substância no organismo, o que vem se tornando cada dia mais comum. Somente em 2013, um único laboratório de Uberaba já registrou mais de três mil pedidos de exames de dosagem da vitamina D e grande parte sofre deficiência.
Segundo a endocrinologista Márcia Regina Bedin, a vitamina D é essencial para o equilíbrio de diferentes órgãos e funções do organismo. “Mais de 80% da vitamina D é produzida na pele, principalmente através do contato com a luz solar. O que acontece é que, hoje em dia, a exposição tem reduzido bastante. Atualmente, muitas pessoas vêm pedindo a dosagem da vitamina D e temos percebido que vários resultados estão muito baixos em todas as faixas etárias, tanto em crianças e adolescentes, como em adultos e idosos. Depois de 2010, trabalhos começaram a apresentar esses resultados, demonstrando que mais de 50% dos adultos apresentam essa deficiência de vitamina D”, alerta.
A vitamina D é um pouco desconhecida da maior parte da população, pois não há tanta preocupação em incluir na dieta alimentos ricos na substância. Para a especialista, isso ocorre principalmente porque a quantidade dessa vitamina nos alimentos acaba sendo insuficiente para o organismo. “A maior parte dela é adquirida através da exposição à luz solar, principalmente dos raios UVB. Os alimentos não fornecem grande quantidade de vitamina D, por isso não há muitas orientações a respeito. Mesmo porque os alimentos que contêm a substância são óleo de fígado de bacalhau, manteiga, queijo gorduroso, gema de ovo, nata, entre outros.
Muitas pessoas não consomem mais esses alimentos em grande quantidade, porque não adianta ingerir vitamina D e talvez aumentar o risco de doenças provocadas por uma dieta gordurosa. Ou seja, não adianta resolver de um lado e prejudicar por outro”, alerta a médica.
Hoje, para detectar o nível da vitamina D no organismo, basta um simples exame de sangue após oito horas de jejum. Conforme levantamento do laboratório, entre janeiro e outubro deste ano, mais de três mil exames de dosagem da vitamina D foram feitos em Uberaba. De acordo com o gestor médico do laboratório, o patologista Guilherme Oliveira, os pedidos médicos estão distribuídos por mais de 15 especialidades diferentes, como endocrinologistas, ginecologistas, pediatras, geriatras e neurologistas.