Segundo o oftalmologista João Antônio Prata, os cuidados com a saúde dos olhos, o diagnóstico de sintomas e a prevenção de doenças oculares deve começar ainda na infância
Neste 10 de julho é celebrado o Dia da Saúde Ocular. O problema é que a saúde dos olhos nem sempre é lembrada entre todas as tarefas rotineiras e diárias. Na verdade, sugere preocupação apenas quando é alvo de algum incômodo que cause dor ou coceira. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 50 milhões de brasileiros sofrem de algum tipo de distúrbio de visão e que 60% dos casos de cegueira e deficiência visual poderiam ser evitados, caso o tratamento tivesse sido buscado a tempo.
De acordo com o oftalmologista João Antônio Prata, os cuidados com a saúde dos olhos, o diagnóstico de sintomas e a prevenção de doenças oculares deve começar ainda na infância, logo após o nascimento, e prevalecer ao longo da vida. “Hoje existe um exame muito simples, que é o teste do olhinho. Ele deve ser realizado por especialista e consiste em jogar um foco de luz com o oftalmoscópio no olho da criança. Se a luz penetrar facilmente, o teste mostrará normalidade; se ficar opaco e a luz não penetrar, certamente há presença de problemas graves, como infecções intraoculares severas, catarata e uma série de doenças, sugeridos pelo teste instantâneo. O teste não é objetivo, apenas indica a necessidade de exames mais aprofundados”, explica.
Entre quatro e seis meses de vida, é fundamental repetir o teste do olhinho, independente do resultado do exame anterior, e realizar os exames de fundo de olho e de refração em todas as crianças, a fim de saber se no futuro elas precisarão usar óculos para algum tipo de correção visual. “Em certos casos, o oftalmologista surpreende-se com altas miopia, astigmatismos e vícios de refração com as quais a criança já nasceu, além de outros problemas, como processos infecciosos e malformações, que podem ser logo diagnosticados. Se o oftalmologista perceber que a criança possui miopia acentuada, por exemplo, ou outro defeito visual, indicará a periodicidade correta da visita, aos 9, 10, 11 meses ou um ano, dependendo do caso, para completar o exame e indicar o grau necessário dos óculos, que podem começar a ser utilizados nesta idade”, explica Prata.
Ainda na infância, o especialista destaca que outro exame importante é feito na fase pré-escolar. “Antes de a criança entrar na escola, os pais devem repetir os exames novamente para ver quanto a criança enxerga para saber se há necessidade de óculos. Muitas crianças que não fazem o exame enfrentam problemas na escola, porque sentem sintomas como dor de cabeça, cansaço visual ou dificuldade para enxergar”, alerta.