SAÚDE

Deficiências no pré-natal e no parto são principais causas de mortalidade infantil

Apesar dos resultados positivos no Brasil, ainda é preciso melhorar a qualidade do atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS), diz médico

Thassiana Macedo
Publicado em 07/10/2013 às 11:22Atualizado em 19/12/2022 às 10:45
Compartilhar

Arquivo

Hoje, as principais causas de mortalidade infantil estão ligadas a problemas de assistência ao parto e ao pré-natal

O Brasil reduziu em quase 80% os casos de mortalidade infantil nos últimos 22 anos. É o que aponta relatório da Unicef divulgado recentemente. De acordo com a pesquisa, a taxa de mortes de crianças menores que cinco anos era de 62 por mil nascidos vivos em 1990. Já em 2012, estava em 14 por mil. Por outro lado, países como Índia, Nigéria, Congo e Paquistão registraram altos índices de mortalidade na infância, sendo a diarreia e a pneumonia as principais causas de morte.

De acordo com o especialista em Saúde Pública, Rodolpho Telarolli, no Brasil, passou o tempo em que a pneumonia e a diarreia eram as principais causas de mortalidade. “Hoje, as principais causas estão ligadas aos problemas de assistência ao parto e ao pré-natal. São aquelas causas que matam crianças recém-nascidas e até completarem 28 dias de idade. Essa mortalidade está mais relacionada às deficiências que existem no pré-natal e no parto”, afirma.

O médico destaca que as causas mais associadas à pobreza, como é o caso da diarreia e da pneumonia, são minoria no Brasil. Houve, segundo ele, uma inversão nesse padrão nos últimos 20 anos. “Houve grande queda nas mortes por essas causas, mas em outras regiões do mundo falta, por exemplo, cobertura de vacina. Isso porque boa parte das pneumonias tem prevenção através da vacina, como nos casos da pneumococo e da proveniente da complicação da própria gripe. Essas são doenças que podem ser evitadas quando as pessoas têm acesso à imunização. E há também as mortes por diarreia que ocorrem em locais onde o saneamento básico seria um elemento poderosíssimo para eliminar essas mortes”, ressalta.

Rodolpho Telarolli lembra que, apesar dos resultados positivos no Brasil, é preciso melhorar a qualidade do atendimento no Sistema Único de Saúde. “Na verdade, é fundamental investir para que as mães gestantes tenham acesso ao maior número possível de consultas pré-natais, ou seja, em quantidade e qualidade suficientes; que tenham acesso ao parto hospitalar e com qualidade. Basicamente são essas as medidas. São poucas, mas são demandas que necessitam de mais dinheiro e investimento.

Basta acompanharmos toda essa discussão em torno do programa Mais Médicos. É um programa ruim, mas que caminha no sentido correto, que é o de levar assistência médica e atendimento de saúde a todos os rincões do Brasil. Foi-se o tempo em que tínhamos que lutar para melhorar a cobertura de vacinas, aleitamento materno, saneamento básico e distribuição de renda. Ainda é necessário aprofundarmos em tudo isso, mas em menor gravidade hoje”, completa o médico.

 

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Logotipo JM OnlineLogotipo JM Online

Nossos Apps

Redes Sociais

Razão Social

Rio Grande Artes Gráficas Ltda

CNPJ: 17.771.076/0001-83

Logotipo JM Magazine
Logotipo JM Online
Logotipo JM Online
Logotipo JM Rádio
Logotipo Editoria & Gráfica Vitória
JM Online© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por