A recomendação é oferecer a mesma coisa que a família come, procurando se certificar de que a criança também vá gostar de pelo menos uma das opções
Se uma em cada três crianças de 5 a 9 anos estava acima do peso normal para a idade, o fenômeno era, e continua sendo, ainda mais grave também entre pessoas de 10 a
19 anos, faixa de idade em que o excesso de peso gira em torno de 20%. Isso porque a alimentação pouco saudável é um hábito ensinado pelos pais, que é seguido pelas gerações seguintes como um ciclo interminável. A nutricionista Kézia Mendes Prata frisa que, como é difícil, mas não impossível, reeducar um adolescente, o ideal é iniciar a aprendizagem alimentar correta desde cedo, ensinando os pequenos a equilibrar a dieta e, ainda de quebra, alterar os hábitos negativos na família.
Para isso funcionar, ela recomenda fazer as refeições junto com seu filho sempre que conseguir e comer os alimentos que gostaria que ele comesse. “Crianças precisam experimentar para aprender a comer novos alimentos, e o melhor incentivo é ver outras pessoas comendo. A maneira como se comportam os pais é essencial. Pais que não gostam de verduras e legumes e que fazem caretas para saladas, reclamam quando o alimento está à mesa, dão o exemplo aos filhos. Portanto, é importante os pais mudarem também seus hábitos alimentares e ingerirem comidas saudáveis”, afirma.
Outro ponto alertado pela especialista é o respeito às preferências da criança, já que nessa idade começam a surgir os gostos. “Há crianças que gostam da comida molhadinha, outras já preferem alimentos secos. Outras exigem que cada tipo de comida fique separado do outro. Há aquelas que têm dificuldade para mastigar carne. Embora você deva respeitar o gosto do seu filho, tente não fazer uma comida especial só para ele”, frisa.
Por isso, a recomendação é oferecer sempre a mesma coisa que o restante da família estiver comendo, mas procurando se certificar de que a criança também vá gostar de pelo menos uma das opções. “Essa fase do seu filho é uma ótima oportunidade para aprimorar seus hábitos alimentares e até para se aventurar mais na cozinha. No lanche para a escola procure mandar alimentos saudáveis e de acordo com gosto do seu filho, com fruta, suco de fruta, biscoitos, barra de cereais, pão com queijo etc”. Sobre as guloseimas, Kézia Mendes destaca que moderação é a palavra chave. “Desde que na quantidade e frequência certas, não proíba nada, apenas estipule limites. Balas, chicletes, biscoitos recheados, salgadinhos de pacotes e doces em geral de vez em quando não prejudicam a saúde”, completa.