Dia de Combate ao AVC alerta a população sobre risco da doença

Dados da Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação revelam que apenas uma em cada dez vítimas de lesão na medula ou de AVC (acidente vascular cerebral) passa por tratamento de reabilitação na fase aguda, período compreendido pelos 60 dias após o incidente. Sem este atendimento, o risco de sequelas definitivas é maior. E mesmo quem pode se recuperar acaba passando mais tempo em reabilitação na fase crônica, depois que o quadro clínico estabilizou.

O neurologista Rodrigo Bazan explica que o AVC é caracterizado pela perda rápida das funções neurológicas, decorrente do entupimento ou rompimento de vasos sanguíneos no cérebro. Esta é uma doença súbita, em virtude da qual a pessoa pode apresentar paralisação ou dificuldade de movimentação dos membros de um mesmo lado do corpo, bem como problemas na fala ou na articulação das palavras e déficit visual. O AVC pode provocar graves sequelas ou até mesmo levar à morte.

O médico destaca que, atualmente, o acidente vascular cerebral é a principal causa de morte no Brasil e o principal causador de sequelas incapacitantes em adultos no mundo todo. Por isso, o neurologista alerta que é importante a sociedade conhecer a doença para que seja possível identificar os sinais de AVC, a fim de que o doente seja encaminhado o mais rápido para um atendimento médico. “Os sintomas aos quais a população deve estar atenta, assim como os próprios médicos da rede básica, são sinais súbitos e rápidos de perda de força, uma alteração de sensibilidade ou de visão, uma dor de cabeça importante que a pessoa nunca teve antes na vida, alteração de equilíbrio e a fala enrolada ou arrastada. Estes são sinais de alerta principalmente em indivíduos mais idosos”, orienta o especialista.

Bazan informa que hoje o AVC afeta pessoas de todas as idades, mas os idosos fazem parte de um público mais propenso a ser acometido pela doença. “A confirmação do acidente é realizada dentro do hospital, mas o indicado é que, em caso de suspeita, a população deve chamar imediatamente o Samu, pelo 192, para que esse indivíduo seja transferido para uma unidade hospitalar de maneira adequada. Dentro do hospital, uma equipe multidisciplinar, juntamente com o neurologista, vai confirmar se os sintomas constam no quadro de um AVC e determinar a tomada das devidas condutas”, completa o médico.

Ele lembra, ainda, que a pessoa que chega com suspeita de AVC deve ser atendida antes de outros pacientes, pois, por se tratar de uma emergência médica, é preciso que seu atendimento seja priorizado. Se o atendimento ocorrer ainda nas primeiras horas, há tratamentos que conseguem reverter o mal por completo e evitar quaisquer tipos de sequelas.