SAÚDE

Dia de Conscientização pelo Autismo gera reflexão sobre diagnóstico precoce

No Brasil, não existem estatísticas, mas nos Estados Unidos uma em cada 68 pessoas tem autismo, segundo pesquisa feita em 2014 pelo Centro para Controle e Prevenção de Doenças

Publicado em 03/04/2014 às 17:45Atualizado em 19/12/2022 às 08:22
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O Dia Mundial da Conscientização pelo Autismo foi definido pela ONU como 2 de abril e essa data serve para chamar a atenção de autoridades governamentais, mídia e população para o tema ainda não compreendido. Autismo é uma desordem neurológica que compromete o desenvolvimento típico do indivíduo. A criança nasce com autismo ou pode desenvolvê-lo até os primeiros dois anos de vida. Isso significa que ninguém está livre de desenvolver autismo ou ter alguém na família com a desordem.

Em Uberaba, as irmãs Karla Coelho e Luiza Coelho criaram o blog Estou Autista (www.estouautista.com.br), em que contam as experiências do irmão caçula, Luiz Júnior. Por ser autista, o menino motivou a família a estudar sobre a desordem e ganhou o empenho de todos para que tivesse qualidade de vida. Hoje, prestes a completar 15 anos – no dia 30 de maio –, Luiz Júnior dá exemplos de que pessoas com a síndrome podem levar uma vida normal quando recebem o diagnóstico precoce.

De acordo com Karla, a síndrome acomete quatro vezes mais meninos que meninas. “No Brasil, não existem estatísticas, mas nos Estados Unidos uma em cada 68 pessoas tem autismo. A pesquisa foi feita em 2014 com crianças de 8 anos pelo Centro para Controle e Prevenção de Doenças. O autismo afeta cada criança de forma única. Os sintomas variam de muito leves a muito severos, com comprometimento na socialização, comunicação, retardo mental severo à inteligência normal, ou habilidades muito acima do normal em certas áreas”, destaca.

De acordo com a neuropediatra Niura de Moura Ribeiro Padula, o tipo de diagnóstico da síndrome realizado hoje no Brasil ainda é difícil e muitas vezes malfeito. “Algumas vezes, não há diagnóstico, e em outros casos, o diagnóstico é feito erroneamente, porque o autismo ou o comportamento autista existe em várias outras doenças que não são o autismo puro. Existem erros de metabolismo, existe a síndrome de Rett nas meninas, que levam a um comportamento autista. Entender o que é esse comportamento e como lidar com ele na sociedade é de extrema importância. Com diagnóstico precoce, essas crianças recebem cuidados”, afirma.

Niura de Moura ressalta que o autismo não tem cura, mas o desenvolvimento dos pacientes pode ser estimulado, além do uso de medicação. A médica destaca que os comportamentos “estranhos” geram na sociedade uma reflexão com estranheza, que piora os ditos comportamentos, o que acontece no caso do autismo.

Não há dados sobre o número de casos em Uberaba e os autistas são tratados no CAPS ou na Apae, o que, segundo Karla Coelho, não é o ideal. “É necessária a criação de um centro específico para autistas na região, pois o autismo é uma síndrome sistêmica e precisa de uma junta de profissionais para tratá-lo conforme suas necessidades. Fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional, nutricionista e médico, entre outros profissionais devem trabalhar juntos de maneira estruturada. E ainda devem se comunicar sempre com os familiares e profissionais da escola na qual ele está inserido.

 

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