Em 2012, o Ministério da Saúde lançou um manual com diretrizes de atenção à saúde da pessoa portadora, com o objetivo de orientar profissionais e a população sobre os cuidados
Em 21 de março é celebrado o Dia Internacional da Síndrome de Down. A ideia é fazer referência à trissomia do cromossomo 21. O material genético em excesso, localizado no par de número 21, altera o desenvolvimento regular da criança. Os efeitos do material extra variam enormemente de indivíduo para indivíduo, mas as principais características são os olhinhos puxados, o bebê ser mais molinho e o desenvolvimento em geral se dar em um ritmo mais lento.
Segundo o pediatra Adiron Ribeiro Neto, o mais importante é realizar os exames preventivos e de rotina, indicados para a criança com síndrome de Down. “No período de lactação, ou seja, de zero a um ano, deve fazer exames cardiológicos, otorrino, dosar o hormônio tireoidiano, hemograma e oftalmológico. Na primeira infância, de um a quatro anos, os exames que a criança precisa fazer é otorrino, raio X da coluna cervical, odontológico, oftalmológico, dosar o hormônio tireoidiano e realizar o hemograma duas vezes por ano. Este é o protocolo que se segue para a saúde da pessoa com síndrome de Down”, destaca.
No entanto, o médico ressalta que, embora haja características peculiares, a evolução de uma criança com Down é a mesma de uma criança sem a síndrome. Basta lembrar dos lugares onde costumamos ver pessoas com a síndrome. Geralmente, as encontramos no shopping, no clube e em diversos outros lugares comuns, mas não no hospital. “Ou seja, é um menino ou menina normal. E, como uma criança normal, ele deve ser encarado. É claro que tem suas peculiaridades, como a necessidade desses exames, mas fora isso a criança terá uma vida normal, como a de uma criança sem a síndrome. Evidentemente, com peso fora do habitual. O peso fica um pouco abaixo, a fala demora um pouco mais a se desenvolver, mas a vida da criança com síndrome de Down é praticamente normal, desde que as pessoas a considerem assim. Muitas vezes as pessoas acham que precisa de mais cuidados, mas é uma criança normal”, alerta.
O pediatra afirma que, com esse entendimento, os pais têm condições de oferecer as mesmas coisas para a criança, o que favorece o seu desenvolvimento mental e psicológico. “É uma criança normal, que deve ser tratada com muito carinho, tanto quanto qualquer outra, mas as crianças com a síndrome são muito mais tranquilas que as demais. A criança com Down vai dar mais trabalho? Não, não vai, embora tenha tônus muscular diferente de uma criança sem a síndrome”, reforça o especialista.
Já o cuidado com a saúde do adolescente com síndrome de Down deve estar focado na manutenção de um estilo de vida saudável, com alimentação, imunização, higiene do sono e prática de exercícios, no desenvolvimento da autonomia para as atividades de vida diária, autocuidado, socialização, escolaridade e orientação vocacional. Em setembro de 2012, o Ministério da Saúde lançou o Manual com Diretrizes de Atenção à Saúde da Pessoa com Síndrome de Down, com o objetivo de orientar profissionais, mas principalmente a população em geral, sobre os principais cuidados. O documento está disponível para download gratuito tanto pelo endereço eletrônico do Ministério da Saúde (www.saude.gov.br), como pelo site da ONG Movimento Down, pelo endereço www.movimentodown.org.br.