Ministério da Saúde lança cartilha com Diretriz de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Autismo
No Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado em 2 de abril, o Ministério da Saúde lançou a Diretriz de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos de Espectro do Autismo (TEA). De acordo com Helvécio Magalhães, secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, o documento, que vai ser distribuído para toda a rede pública de saúde, pretende orientar os profissionais quanto ao diagnóstico precoce. A diretriz traz uma tabela com indicadores do desenvolvimento infantil e sinais de alerta para que os médicos possam identificar o autismo em crianças de até 3 anos.
A ONU estima que existam mais de 70 milhões de pessoas no mundo com autismo. No Brasil, a síndrome atinge mais de 2 milhões de pessoas. Dados divulgados há cerca de um mês pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano apontam que uma entre cada 50 crianças sofre de autismo, porém a coordenação do Programa de Transtornos e Espectro Autista do Instituto de Pesquisa do Hospital de Clínicas de São Paulo estima que 90% dos brasileiros com autismo não tenham sido diagnosticados.
De acordo com a neuropediatra Niura de Moura Ribeiro Padula, o tipo de diagnóstico da síndrome realizado hoje no Brasil ainda é muito difícil e muitas vezes malfeito. “Algumas vezes, ele não faz o diagnóstico e em outras faz o diagnóstico erroneamente, porque o autismo ou o comportamento autista existe em várias outras doenças que não são o autismo puro. Existem erros de metabolismo, existe Síndrome de Rett nas meninas, um comportamento autista. Então, entender o que é esse comportamento e como lidar com ele na sociedade é de extrema importância, com diagnóstico precoce, com todos os diferenciais para que essas crianças sejam cuidadas o mais rápido possível”, afirma.
A médica destaca que os comportamentos “estranhos” geram na sociedade uma reflexão com estranheza que pioram os ditos comportamentos, o que acontece no caso do autismo. “As pessoas não entendem, não acolhem e deixam de lado essas crianças quando elas poderiam e deveriam ter uma vida social importante, igual a todas as outras. Acredito que a sociedade deveria promover a inclusão e o acolhimento desse tipo de paciente”, frisa Niura de Moura.