A suspeita de endometriose pode ser levantada com base na análise do quadro clínico da paciente com queixas de dor pélvica e infertilidade. Segundo a ginecologista Soraya Vecci Mohallem, o exame de toque ginecológico pode revelar dor ou desconforto pélvico e, eventualmente, o espessamento do útero. Já os exames de imagem como a ultassonografia e a ressonância nuclear magnética podem confirmar o diagnóstico. “A videolaparoscopia é o melhor método diagnóstico. A laparoscopia é realizada insuflando-se dióxido de carbono no abdome através de uma pequena incisão na cicatriz umbilical. Um instrumento fino e longo é inserido para visualizar o abdome e a pelve. Dessa forma, as alterações podem ser diretamente identificadas. Durante o procedimento, amostras de tecido para exame microscópico podem ser retiradas para facilitar o diagnóstico”, esclarece a especialista.
Atualmente, a endometriose pode ser tratada com o uso de medicamentos ou através de cirurgia. “Os principais objetivos são o alívio da dor e o tratamento da infertilidade. Inicia-se com o diagnóstico, quando já são cauterizados os focos de endometriose, os cistos quando presentes e de aderências. Posteriormente, o tratamento passa a ser clínico, com o uso de medicamentos, que podem ir desde anticoncepcionais até outros tipos de hormônios, dependendo da extensão da endometriose, sintomas e tolerância da paciente ao tratamento. São raros os efeitos colaterais”, explica Soraya.
É comum a endometriose voltar a se desenvolver. Por isso, a ginecologista destaca que é importante para as pacientes que não querem engravidar que fiquem sem menstruar, evitando assim uma possível reincidência da doença. “Para a paciente que deseja engravidar é importante um tratamento médico especializado para que ela engravide o quanto antes e, posteriormente ao parto, possa voltar ao tratamento”, completa a ginecologista.